Título: Bancada governista abafa CPI do Metrô em SP
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 24/01/2007, O País, p. 9

Petistas buscavam consenso para furar fila de 60 pedidos de comissão, mas líderes não aceitaram a proposta

SÃO PAULO. A operação-abafa da bancada governista na Assembléia Legislativa de São Paulo teve sua primeira vitória ontem, na colégio de líderes dos partidos. Os parlamentares não encamparam a proposta petista de criar uma CPI de consenso para investigar as causas do acidente na obra da Linha 4 do Metrô, que causou a morte de seis pessoas e a interdição de 55 casas próximas do desabamento.

Os petistas buscavam o consenso para furar a fila de pedidos de CPI que devem ser votadas em plenário, dentro das regras da Assembléia. Mais de 60 pedidos foram engavetados e teriam de ser votados pelos parlamentares até que a CPI do Metrô pudesse ser avaliada.

Petistas se articulam para conseguir as 32 assinaturas

Os tucanos também tiveram uma proposta recusada pelos líderes. A idéia era criar uma comissão ampla para acompanhar os desdobramentos do caso. Os deputados preferiram reforçar as comissões existentes, de serviços e obras e de transportes, com a participação de mais partidos.

Apesar da derrota, os petistas se articulam para reunir as 32 assinaturas necessárias para formalizar o pedido de CPI. A comissão de serviços e obras, presidida pelo petista Sebastião Almeida, também requisitou a íntegra do contrato do Metrô com o consórcio Via Amarela, formado pelas empreiteiras OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, responsáveis pelas obras.

Hoje, o consórcio e a seguradora Unibanco AIG se reúnem com a família da advogada Valéria Marmit, de 37 anos, uma das seis pessoas mortas no soterramento. Será o primeiro estudo individual de indenização das vítimas.

O consórcio Via Amarela afirma ter R$20 milhões para indenizações de danos materiais e R$4 milhões para danos morais. A expectativa da Defensoria, que representa as famílias atingidas pelo acidente, é fechar o valor das indenizações mais rapidamente para que o pagamento seja feito até o fim de fevereiro.