Título: Garotinho minimiza rejeição de 50% e reafirma candidatura
Autor: Ulhôa, Raquel
Fonte: O Globo, 12/04/2006, Política, p. A14

O ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência da República, deu pouca importância ao resultado da pesquisa CNT/Sensus, que aponta um índice de rejeição ao seu nome de 50,7%. Ele disse acreditar que as próximas pesquisas vão confirmar a queda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a estabilização do tucano Geraldo Alckmin e uma "ligeira tendência de crescimento" de sua própria candidatura.

Garotinho, que enfrenta uma luta interna no partido para viabilizar sua candidatura, reafirmou que não desistirá da disputa e que poderá "quebrar a polarização entre PT e PSDB".

Hoje Garotinho se reúne, em Juiz de Fora (MG), com o ex-presidente Itamar Franco, que teve seu nome lançado pelo presidente do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia, para entrar na corrida presidencial. Garotinho quer esclarecer as reais intenções de Itamar. Em Brasília, o pemedebista criticou os "poderosos do PMDB, que não têm contato com o povo", por combater a candidatura própria do partido a presidente e disse que isso interessa ao PT. "O PT não tem palanques para seu candidato a presidente e quer usar os nossos", afirmou.

O governador Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais, disse que o partido não deve se preocupar com o resultado das pesquisas nessa fase pré-eleitoral. "Temos que ganhar em outubro. Nosso candidato agora é que está se colocando. Vai começar uma série de viagens, o que o presidente Lula está fazendo há três anos", afirmou. Alckmin dará prioridade às viagens para o Nordeste, região em que tem seu pior desempenho nas pesquisas.

Aécio manifestou confiança de que Alckmin estará numa "condição muito competitiva" em junho e julho. Disse que é hora de olhar menos para as pesquisas e cuidar mais da estrutura da campanha. "Nós estamos no páreo e vamos disputar de forma aguerrida", afirmou.

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), que chegou a disputar com Garotinho a vaga de candidato do partido a presidente, minimizou o resultado das pesquisas, que, segundo ele, retratam apenas um momento. "Daqui a um mês, o resultado será outro. Os que estão na frente não devem ficar muito empolgados porque, quando começar o período eleitoral, aí é que vamos ver quem é quem", afirmou.(RU)