Título: MST agora centra críticas na Justiça
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Fonte: O Globo, 13/04/2007, O País, p. 9

Lula recebe líderes da Contag, que pedem mais verbas e assentamentos.

SÃO PAULO e BRASÍLIA. Em mais um dia de invasões do "abril vermelho", o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou ontem três fazendas no interior de São Paulo e centrou suas críticas na Justiça que, segundo os manifestantes, dificulta a reforma agrária. Para denunciar a morosidade nos processos de imissão de posse das áreas, cerca de 500 famílias se mobilizaram na região de Andradina, interior de São Paulo. Desde terça-feira, sem-terra e organizações de sem-teto fazem ocupações e protestos em 12 estados.

- Não bastasse o governo federal não cumprir o que promete, tem também os juízes que não cumprem as leis - disse Vanderlei Martini, um dos coordenadores nacionais do MST.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem os líderes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A entidade cobrou a definição de metas de assentamento e reivindicou a ampliação dos recursos para financiamento da safra de R$10 bilhões para R$12 bilhões. A Contag não participa do "abril vermelho". Está organizando o Grito da Terra, que ocorrerá no final de maio, em Brasília.

- Tratamos da nossa pauta. A pauta do MST, o presidente trata com o MST. Não vamos tratar de ocupação de terra - disse o presidente da Contag, Manoel dos Santos.

Na reunião, Lula afirmou que o Grito da Terra será uma oportunidade para o governo avaliar as políticas para a agricultura familiar e para a reforma agrária. A pauta de reivindicações da Contag tem 160 itens.

Responsáveis por organizar os atos conjuntos com o MST, líderes da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) se reuniram ontem com o ministro das Cidades, Márcio Fortes. Depois da reunião, 500 integrantes do grupo deixaram o acampamento montado em frente ao prédio do ministério desde terça-feira.

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