Título: FAB admite uma 'quase colisão' entre aviões
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 25/05/2007, O País, p. 11

Em depoimento na CPI, Aeronáutica confirma que, em 11 de maio, houve risco de acidente próximo a Brasília.

BRASÍLIA. O comando da Aeronáutica admitiu ontem que no dia 11 de maio, novamente por falha dos controladores de vôo, houve um incidente envolvendo dois aviões, um deles de grande porte, com risco real de acidente. A denúncia havia sido feita terça-feira, em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, pelo presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues. Ele disse ter tomado conhecimento de "uma quase colisão" envolvendo duas aeronaves, ambas de grande porte, perto de Brasília. Rodrigues voltou a confirmar a ocorrência do incidente ontem em depoimento à CPI do Apagão do Senado.

A FAB chegou a negar a informação, mas ontem disse que fez nova busca em seus registros e constatou a ocorrência de dois incidentes envolvendo aviões comerciais, um deles com risco, entre um Airbus e um Sêneca:

"No dia 5 de maio, ocorreu uma aproximação entre uma aeronave comercial e um avião-laboratório da Força Aérea Brasileira (FAB) que realizava aferição em equipamentos do aeroporto e que estava em contato visual com o jato comercial, não representando qualquer perigo; e, no dia 11 de maio, um Airbus (grande porte) e um Sêneca (pequeno porte) se aproximaram a uma distância de 1.300 metros na separação lateral e 200 metros na separação de altitude. Feita análise, constatou-se falha do controle em garantir a separação vertical prevista de 300 metros nesse setor".

Segundo a FAB, o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), determinou verificação nas outras duas áreas de controle do Cindacta I, de Brasília. Foi quando se confirmou a ocorrência de incidente parecido com o relatado por Wellington Rodrigues, que dissera estavam envolvidos um Boeing e um Airbus.

Perguntado sobre o assunto durante depoimento na CPI da Câmara, o brigadeiro Ramon Cardoso disse que mandou pesquisar e nada fora encontrado. Mas determinou nova verificação. O sargento Wellington Rodrigues, controlador de vôo militar, relatou nos depoimentos na Câmara e no Senado que os controladores passam por uma situação muito delicada, o que, disse, pode levar a novos problemas no controle do tráfego aéreo.