Título: Policiais civis de SP são investigados
Autor: Yafusso, Paulo
Fonte: O Globo, 14/06/2007, O País, p. 4

Corregedoria vai pedir quebra do sigilo bancário de 27.

SÃO PAULO. A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo vai pedir a quebra do sigilo bancário e telefônico de 27 policiais civis suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, investigada pela Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal. Segundo o delegado-corregedor, Francisco Alberto de Souza Campos, todos já foram intimados para depor:

- Se for comprovado o envolvimento, todos serão punidos, com demissão e prisão.

O corregedor admitiu ontem que não tinha conhecimento das escutas telefônicas realizadas pela PF, com autorização judicial, e vai pedir cópias. Os policiais federais flagraram empresários de São Paulo e advogados comentando a descoberta de documentos que comprovariam o pagamento de propinas a policiais civis. O material foi encontrado no carro do advogado Jamil Chockr, que trabalha para bingos e distribuidoras de máquinas de jogos eletrônicos, após ele ter se envolvido em acidente na Marginal Tietê.

Segundo a delegada Cintia Maria Quaggio, da Delegacia de Crimes Funcionais da Corregedoria, donos de mais de 90 números de celulares também estão sendo analisados. A Corregedoria analisa outros 200 números de telefones que estavam em uma lista apreendida no carro do advogado. Até agora, a Corregedoria ouviu o depoimento de seis policiais - quatro PMs, a delegada que registrou a ocorrência sobre o encontro dos documentos e a escrivã do caso. O advogado Chokr prestou depoimento duas vezes e deverá ser ouvido mais uma vez.

Para o promotor Luiz Antônio de Oliveira Nusdeo, do Grupo de Atuação Especial de Controle da Atividade Policial, as escutas da PF reforçam os indícios de que houve corrupção.

* Do Diário de S.Paulo