Título: Ex-presidente da CUT, Marinho quer usar CLT na Dataprev
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 17/07/2007, O País, p. 9

BRASÍLIA. O ministro da Previdência, Luiz Marinho, ex-presidente da CUT, pretende estender a outras áreas de sua pasta o novo modelo de gestão pública proposto pelo governo. A decisão do Executivo é de adaptar setores da administração pública ao sistema de fundação pública de direito privado. Assim, os servidores poderiam ser contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que exclui a estabilidade no emprego, mas cria condições para se pagar salários compatíveis com os de mercado.

Marinho afirmou que a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) já está preparada para se adaptar ao novo sistema e que estuda a inclusão de outras áreas de sua pasta, como a de previdência complementar.

- A Dataprev já tem regras que se encaixam nesse novo modelo. Estamos analisando a possibilidade de outras áreas do Ministério da Previdência sejam administradas nesse modelo. É uma questão a ser pensada - disse Marinho, que também já comandou o Ministério do Trabalho no governo Lula.

Semana passada, o governo propôs ao Congresso um projeto de lei incluindo no modelo nove áreas da administração federal.

Ontem, a Força Sindical divulgou nota em que critica a iniciativa do governo. Segundo a entidade, a adoção da CLT no serviço público "não garantirá melhorias nas condições de trabalho, nos salários e na eficiência na prestação de serviços à população". Segundo a entidade, a culpa pela má prestação de serviço nas áreas sociais não pode ser debitada ao funcionalismo público ou ao regime de contratação vigente. Para a Força, a situação se deve ao pouco investimento em políticas sociais.

Em sua nota, a entidade considera superficial a medida defendida pelo governo e levanta a bandeira de uma ampla reforma administrativa, "capaz de dotar o país de um serviço público moderno, eficiente, bem remunerado, qualificado e comprometido com a necessária superação do quadro de iniqüidade social imperante". O texto é assinado pelo secretário-geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna.