Título: Sarkozy garante plano contra aquecimento
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Fonte: O Globo, 17/10/2008, Ciência, p. 38

Reunião da UE mantém as metas, apesar da crise

Na presidência rotativa da União Européia (UE), Nicolas Sarkozy garantiu ontem que a crise financeira não levará a Europa a rever suas metas de redução de emissões de CO2 estabelecidas no ano passado. A reunião de cúpula da UE, encerrada ontem em Paris, manteve o compromisso de cortar em 20% os lançamentos de CO2. Segundo o presidente da França, os planos estipulam metas até 2020 e, por isso, não há motivo para mudar qualquer um deles, apesar das objeções levantadas por representantes de alguns países presentes ao encontro.

Itália faz pressão por novos limites de redução

Na véspera, um grupo de nove países - Bulgária, Estônia, Eslováquia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia, liderados pela Itália - pediu que a UE diminuísse as metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa, levando em consideração a gravidade da situação econômica.

Em comunicado conjunto, os primeiros-ministros desses países assinalaram que "na época atual de incerteza econômica e financeira, a política climática e energética da UE deveria conciliar os objetivos ambientais à necessidade de um crescimento econômico sustentável."

Mas Sarkozy suportou a pressão e recusou a proposta, afirmando que a crise não pode travar a ambição dos países europeus de reduzir os gases estufa, mantendo o chamado objetivo 20-20-20: redução das emissões de dióxido de carbono em 20%, obter 20% da energia consumida por fontes renováveis e diminuir em 20% o consumo energético mundial.

Além disso, o acordo prevê que os biocombustíveis representem 10% de todos os combustíveis usados no transporte. Tudo isso para o ano limite de 2020.

- Os nossos planos para o clima são tão importantes que não podemos simplesmente abandoná-los, sob o pretexto de uma crise financeira - afirmou Sarkozy, assegurando que há um compromisso "de encontrar soluções para os países que manifestaram problemas".