Título: Temer cada vez mais forte
Autor: Torres, Izabelle
Fonte: Correio Braziliense, 13/03/2009, Política, p. 03

Como na guerra, no mundo da política adversários também podem jogar do mesmo lado para enfrentar uma batalha em que ambos têm interesse. É que demonstra o cenário desenhado por PT e PMDB na busca de um acordo para disputa presidencial de 2010. De um lado, os petistas começam a abrir o jogo e defender a candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) para a vaga de vice na chapa encabeçada por Dilma Rousseff. Do outro, as resistências internas no partido em torno do nome do peemedebista começam a se diluir, graças aos ataques à conduta do PMDB feitos pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ¿ considerado um defensor da aliança do partido com o governador de São Paulo, o tucano José Serra. Vítimas da mesma ofensiva, os peemedebistas ensaiam manter unidade em torno do futuro e da posição da legenda no próximo ano. Mais do que isso, parecem mesmo no caminho de um acordo em torno do nome do atual presidente da Câmara.

Contando com o consenso dentro do PMDB, o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarrezza (SP), começou a campanha em defesa do nome do colega de São Paulo para a vaga de vice na chapa de Dilma. ¿Para mim, a ideia é clara. Precisamos de um nome paulista, que seja peemedebista e que tenha uma história sem manchas. Não há dúvidas de que esse nome é o Temer. Acredito que ele é capaz de unir o partido dele e fortalecer a aliança com o PT¿, avalia.

Tendência Apesar de preferir não analisar possíveis nomes, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) ¿ cuja posição gera incertezas na corrente da qual Michel Temer faz parte ¿ , confirma a tendência de unidade entre os diferentes grupos da legenda. ¿O partido está unido. Creio que atualmente não há divisões entre as correntes ou entre Câmara e Senado. Acho que quando chegar a hora, encontraremos um nome de consenso sem dificuldades ou disputas¿, analisa.

Nos bastidores, o nome do presidente da Câmara tem ganhado força porque os defensores de sua candidatura alegam que a localização geográfica de São Paulo é a mais adequada para dar suporte à chapa encabeçada por Dilma ¿ que é mineira e viveu no Rio Grande do Sul. O argumento enfraquece a hipótese cogitada pelo Palácio do Planalto em torno do baiano Geddel Vieira Lima, hoje ministro da Integração Nacional.