Título: De volta à cena, com novo papel
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Fonte: O Globo, 03/04/2009, Economia, p. 21

Criado em 1944 com a missão de socorrer países com dificuldades para fechar suas contas externas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) passou as últimas décadas atuando como "bote salva-vidas" de economias emergentes à beira da insolvência. Relegado ao ostracismo nos anos mais recentes de bonança na economia global, o FMI voltou ontem, com o aporte de US$750 bilhões do G-20, a um papel de destaque. Porém, na visão de especialistas, além do dinheiro extra, o Fundo precisa passar uma grande reformulação.

- Essa crise não é de balanço de pagamentos e não teve origem em países emergentes. Para fazer frente à essa crise, o Fundo deveria se voltar para os países ricos e ter outros instrumentos de atuação - afirma Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet, entidade que reúne empresas transnacionais.

Para Fernando Ribeiro, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o grande desafio será definir um novo modus operandi para o FMI.

- O Fundo foi criticado, no passado, por fazer exigências muito duras. Agora, os americanos não terão moral para pedir ajuste fiscal de quem receber dinheiro do Fundo porque os EUA estão com um déficit gigantesco. O G-20 deu uma mensagem clara de que o Fundo continuará tendo importância. Mas a forma como o FMI irá atuar será um dos cernes dessa nova arquitetura financeira global que está sendo desenhada. (Luciana Rodrigues)