Título: MEC prepara provas do novo Enem
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 15/04/2009, O País, p. 9

Pré-teste será aplicado até junho; exames serão diferentes para evitar fraude

BRASÍLIA. O Ministério da Educação (MEC) começou a preparar as provas do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deverá substituir o vestibular em universidades federais.

Até junho, terá início o chamado pré-teste, com 1.500 questões. Participarão estudantes da rede pública e privada de ensino médio e superior.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) quer aplicar provas diferentes para reduzir o risco de fraudes. O pré-teste, já realizado em outras avaliações como a Prova Brasil, serve para medir a complexidade das questões e permitir a comparação de testes distintos.

¿ Provas diferentes aumentam a segurança ¿ disse ontem o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes.

O instituto já dispõe de um banco de dados com 3.500 questões para aplicação imediata.

São perguntas formuladas para o atual Enem e o Enceja (exame para quem fez supletivos). Essas perguntas poderão ser aproveitadas, mas o novo Enem exigirá perguntas mais difíceis.

O ministro Fernando Haddad anunciou a intenção de realizar o novo Enem em 3 e 4 de outubro.

Ele evita, contudo, bater o martelo porque ainda negocia a adesão das universidades federais.

Na sexta-feira, Haddad terá novo encontro com reitores. Segundo Reynaldo Fernandes, o pré-teste será feito com alunos do 2oano do ensino médio e calouros em universidades.

Universitário custa 6 vezes mais que aluno do básico Haddad divulgou estudo que mostra que um universitário brasileiro custa 6,1 vezes mais do que um aluno do ensino básico.

O dado é de 2007, e compara gastos públicos em universidades e escolas. O estudo revela que a diferença vem caindo.

Em 2006, um universitário custava 6,7 vezes mais; em 2003, 9 vezes; e em 2000, 11,1 vezes.

Em 2007, o gasto por aluno no ensino superior público ficou em R$ 12.322, em valores da época. Na média, cada estudante da educação básica custou R$ 2.005 ao ano. No ensino médio, R$ 1.572, ou R$ 131 por mês. Haddad ainda considera a desproporção exagerada. Para ele, as despesas com universitários deveriam ser, no máximo, quatro vezes maior.

O patamar brasileiro, porém, está bastante próximo da média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo diz que um universitário de país da OCDE custa 5,7 vezes mais do que um aluno da escola primária.

¿ Estamos nos aproximando do padrão de financiamento do mundo desenvolvido ¿ disse o ministro. ¿ Temos ainda algum espaço para melhorar.