Título: Sinais de ligeira recuperação
Autor: Flores, Mariana
Fonte: Correio Braziliense, 27/03/2009, Economia, p. 12

Alguns indicadores divulgados ontem mostram uma reação positiva de alguns segmentos da economia brasileira em fevereiro e neste mês, embora em nível ainda inferior se comparado ao período anterior à crise. As vendas reais nos supermercados cresceram 4,16% em fevereiro sobre igual mês de 2008, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a janeiro, as vendas em fevereiro apresentaram queda de 5,37%. No acumulado dos últimos 12 meses, o comércio em supermercados aumentou 5,37%.

Em nota, a Abras destacou que o setor apresenta resultado ¿expressivo¿, mesmo com os efeitos da desaceleração. Na avaliação da entidade, ¿isso corrobora a tese de que o varejo de alimentos é o último a sentir os efeitos da crise¿. Sobre a queda em fevereiro ante janeiro, o documento ressalta ser efeito calendário, por fevereiro ter menos dias. O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, recuou 1,6% em fevereiro ante janeiro, para R$ 259,94. Já em relação a fevereiro de 2008, o valor está 12,15% superior. Os produtos da cesta que registraram as maiores quedas foram tomate (-12,64%), feijão (-7,20%) e carne bovina (-7,06%), enquanto as maiores alta foram no açúcar (13,76%), batata (9,42%) e ovo (7,08%).

No setor industrial, a atividade fabril em São Paulo avançou 1,1% em fevereiro ante janeiro, com ajuste sazonal, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O nível de atividade subiu 0,8% no mês, sem ajuste, e caiu 15,4% na comparação com fevereiro de 2008. A queda da atividade industrial paulista foi tão intensa nos últimos meses de 2008 que zerou os ganhos no resultado acumulado em 12 meses até fevereiro.

Em termos de expectativas, a confiança dos empresários da indústria paulista voltou ao patamar dos 50 pontos na segunda quinzena de março, nível que não era atingido desde outubro do ano passado. O sensor subiu a 50,4 pontos nos últimos 15 dias do mês, ante 49 pontos na primeira quinzena de março. Na pesquisa, os 50 pontos indicam estabilidade. Resultados acima dessa marca são considerados otimistas e abaixo, pessimistas.

Dos itens que compõem o sensor, mercado, vendas e estoques melhoraram na segunda quinzena. Mercado, que estava em 58,3 pontos, passou para 59. O item Vendas, saiu de 52,2 e passou para 56,3 pontos e o Estoques, que chegou aos 41,7 pontos, ante 38,9 na primeira quinzena, merece destaque já que esta é a primeira vez, desde os primeiros 15 dias de dezembro, que esse segmento volta a superar a marca de 40 pontos.

No comércio, atividade varejista aumentou 3,9% em fevereiro em relação a igual mês do ano passado, de acordo com levantamento da Serasa Experian. O resultado aponta desaceleração ante o desempenho do comércio em janeiro, quando o indicador registrou alta de 5,1% em base anual, e em dezembro, quando avançou 7,5%, também em base anual.

O comércio varejista, segundo a Serasa, teve expansão de 4,5% no primeiro bimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2008. A alta foi puxada pela expansão das vendas de eletroeletrônicos, móveis, informática, combustíveis e veículos, além do comércio em supermercados.