Título: O homem do Castelo
Autor: Torres, Izabelle
Fonte: Correio Braziliense, 01/04/2009, Política, p. 03

Entenda o caso

A nuvem negra que paira em cima do deputado Edmar Moreira começou em fevereiro, logo depois de ter sido eleito segundo vice-presidente da Câmara: cargo que agrega também a função de corregedor-geral. Ao dar entrevista como ocupante do novo posto, o parlamentar disse que não achava adequado que deputados fossem julgados pelos próprios pares e defendeu que a prerrogativa fosse unicamente do Supremo Tribunal Federal (STF). A afirmação o transformou em alvo da imprensa, que passou a vasculhar a vida pública de Moreira. Descobriu-se então que ele tinha débitos previdenciários e respondia a ações por sonegação fiscal. Além disso, havia omitido da Receita Federal a propriedade de um castelo, o Monalisa, avaliado em R$ 25 milhões, localizado no interior de Minas Gerais. Mas, foi por uma denúncia feita pelo Correio que o cerco começou a se fechar em torno do deputado. Um levantamento sobre o uso da verba indenizatória da Câmara mostrou que o dono de empresas de segurança privada utilizou cerca de 80% dos recursos aos quais tinha direitos durante 2008 para pagar serviços de segurança. Cercado de dúvidas e desconfiança, o deputado foi expulso do DEM e teve de renunciar ao cargo de segundo vice-presidente. Para piorar, a suspeita de que o dinheiro estaria sendo destinado às empresas de sua propriedade levaram o PSol a entrar com uma representação pedindo à Corregedoria que investigasse o caso.

Semanas depois, a comissão de sindicância nomeada pelo corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) concluiu o relatório no qual afirma que há provas de que as empresas contratadas eram realmente do próprio parlamentar. O caso foi então encaminhado à Mesa Diretora, que enviou a ação ao Conselho de Ética.

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O número O imóvel R$ 25 milhões é em quanto está avaliado o Castelo Monalisa da família de Edmar Moreira