Título: Agência rebaixa a nota da Petrobras
Autor: Duarte, Patrícia; Frisch, Felipe
Fonte: O Globo, 11/06/2009, Economia, p. 29

Cotação do petróleo pesou na decisão.Light e BR Malls farão oferta de ações.

RIO e BRASÍLIA. A agência de classificação de risco Standard & Poor"s (S&P) reduziu ontem a nota da Petrobras, de "BBB" para "BBB-". A nota ainda está na faixa do chamado grau de investimento. A S&P usou o elevado volume de investimentos programado para os próximos cinco anos, aliado aos preços menores do petróleo no mercado internacional e dos combustíveis no Brasil, para justificar a redução na nota da estatal. Procurada pelo GLOBO, a Petrobras não comentou o assunto até o fechamento desta edição.

A melhora do cenário no mercado financeiro fez mais duas empresas anunciarem ofertas públicas de ações. A Light e a administradora de shopping centers BR Malls informaram que protocolaram ontem pedidos de análise na Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid). A Light venderá ações da BNDESPar e da EDF International, mas não informa o valor total da oferta. Já a BR Malls estima vender cerca de R$800 milhões em ações novas e de diversos investidores.

A Bolsa de Valores de São Paulo teve outro dia instável ontem, mas o Índice Bovespa (Ibovespa) encerrou o dia com ganho de 0,48%, aos 53.410 pontos. O dólar teve nova recuperação e subiu 0,72%, para R$1,951.

Ao longo do dia, a Bolsa passou várias vezes para o lado negativo, ainda com a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa elevar os juros dos EUA este ano, para conter uma eventual inflação decorrente da recuperação antes do esperado.

No fim da tarde, o otimismo venceu, puxado pelo Livro Bege americano. O documento, elaborado pelos diversos escritórios estaduais do Fed, aponta que a economia americana ainda está fraca, mas já teria saído do seu pior momento, avalia Octavio Vaz, gestor de renda fixa da Global Equity. Outro fator, além do Livro Bege, foram as ações da Vale, que reagiram bem ao corte do preço do minério de ferro e subiram 1,12%.

Balança comercial aumenta fluxo de dólares ao país

O fluxo cambial, que é a entrada e saída de moeda estrangeira no país, fechou a primeira semana de junho positivo em US$550 milhões, segundo o Banco Central (BC). O resultado foi impulsionado, sobretudo, pela balança comercial. No ano, o fluxo acumula entradas líquidas de US$2,140 bilhões, volume ainda inferior ao de um ano antes, que chegava a US$15,760 bilhões.

Entre os dias 1º e 5 passados, o fluxo comercial estava superavitário em US$670 milhões, com exportações de US$2,797 bilhões e importações de US$2,127 bilhões. Em todo o mês de maio, o superávit foi de US$1,551 bilhão e, no ano, acumula US$13,645 bilhões.

Ainda segundo o BC, o fluxo financeiro - por onde passam as transações internacionais com ações e títulos - estava negativo em US$120 milhões na semana passada. No ano, está negativo em US$11,505 bilhões.