Título: Mercado de trabalho abre 131 mil vagas formais, na 4ª alta seguida
Autor: Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 23/06/2009, Economia, p. 23

Melhora em maio foi puxada por agricultura. Indústria cria só 700 postos

BRASÍLIA. O mercado formal de trabalho brasileiro registrou em maio saldo líquido (diferença entre admissões e dispensas) de 131.557 postos, o melhor desempenho mensal de 2009. Também foi o quarto mês consecutivo de crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada. Pela primeira vez desde o agravamento da crise no fim do ano passado, o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi positivo em todos os setores da economia e em todas as regiões do país.

Apesar disso, o país ainda não conseguiu recuperar todos os postos de trabalho formais eliminados pela turbulência internacional.

País só recuperou parte das vagas fechadas com a crise Do total de 797.515 empregos fechados entre novembro e janeiro, foram recuperadas nos quatro meses subsequentes 281.759 vagas. Em maio de 2008, haviam sido criados 202.984 postos de trabalho.

No acumulado deste ano, o saldo é positivo em 180 mil empregos, segundo o Caged.

Ao divulgar ontem os dados, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que no primeiro semestre deste ano deverão ser criadas entre 350 mil e 400 mil vagas. Para chegar a esse número, só em junho as contratações terão que superar as demissões em 200 mil postos.

¿ É a primeira vez que todos os setores da economia, em todas as regiões do país, apresentam saldo positivo de emprego (depois da crise). É a prova de que a recuperação está acontecendo de forma coerente, permanente e segura ¿ afirmou Lupi.

O ministro considera este desempenho um retrato da retomada econômica: ¿ Já na virada do semestre temos mostras do aumento da demanda nos setores de exportação ¿ prevê Lupi.

Apesar do desempenho do emprego formal em maio, ainda não foi desta vez que a indústria de transformação inverteu o quadro de demissões provocado pela crise. O setor ficou praticamente estável no período, com saldo positivo de 700 contratações.

Devido a fatores sazonais, como o plantio da cana-de-açúcar e café no Centro-Sul do país, a agricultura foi o setor que mais puxou os empregos no mês passado, tendo sido responsável por 52.927 postos. Em segundo lugar, aparece o segmento de serviços, com 44.029, seguido pela construção civil (17.407) e o comércio (14.606).

Houve aumento do emprego com carteira assinada em todas as regiões do país, com destaque para o Sudeste, que registrou resultado positivo de 100.020 postos. São Paulo liderou o ranking das contratações com 44.521. No Rio, foram 7.920.

O nível do emprego subiu nas regiões metropolitanas, que responderam por 34.202 contratações líquidas. Porém, as maiores oportunidades de trabalho foram no interior dessas regiões e no restante do país, onde o agronegócio é mais forte.