Título: Luta contra micobactérias
Autor: Couto, Rodrigo
Fonte: Correio Braziliense, 11/04/2009, Brasil, p. 10

Menos agressivas que as superbactérias, as micobactérias de crescimento rápido (MCR) são ambientais, mas podem infectar artigos médicos e causar nódulos, feridas de difícil cicatrização e perda de tecidos. Embora não exista registro de morte no Brasil causado pelas MCR, os casos são considerados únicos no mundo em razão da resistência desse tipo de bactérias a antibióticos.

A Anvisa informa que tem tomado medidas para evitar a proliferação desses germes, presentes em pelo menos 10 estados do país (leia quadro). O objetivo da nova resolução, que proíbe a esterilização de artigos utilizados em clínicas e hospitais, é reduzir o número de infecções confirmadas. De 2001 a 2008, foram 2.128 casos, 80% deles na rede privada. Em caso de descumprimento da norma, podem ser aplicadas multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão e penalidades que vão de notificação até a interdição do estabelecimento.

As MCR ficaram conhecidas no ano passado, quando as cirurgias de lipoaspiração foram canceladas no Espírito Santo, depois da confirmação de uma epidemia desses germes no estado e também no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. À época, a Secretaria de Saúde do ES anunciou que os instrumentos usados em cirurgias de lipoaspiração seriam trocados.O problema, segundo Douglas Jorge, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), está superado. ¿Alertamos todos os cirurgiões desses estados e a contaminação está controlada¿, afirma. Segundo cálculos da SBCP, por ano, no Brasil, são realizadas mais de 92 mil lipoaspirações. (RC)