Título: Senador cobra apoio do PT
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 07/09/2007, O País, p. 8

No dia seguinte à aprovação da cassação pelo Conselho, Renan diz que não renuncia.

BRASÍLIA. Já réu no Conselho de Ética e com uma quarta representação, protocolada ontem, pedindo a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar, Renan Calheiros (PMDB-AL) descartou ontem de forma enfática que vá deixar a presidência. Ele reapareceu no Senado confiante, apesar da decisão do Conselho de pedir a cassação. Cobrou apoio do PT, contou piadas, deu entrevistas, recebeu o presidente de Moçambique, almoçou com o presidente Lula e o moçambicano no Itamaraty, onde brindaram, e se reuniu com aliados no gabinete.

Renan, seus aliados e a oposição intensificaram a busca dos 41 votos necessários para a aprovação ou o arquivamento da representação do PSOL no plenário, quarta-feira. Os dois lados cercam os votos de dez indecisos em todos os partidos. Renan insiste em que será absolvido e cobrou o apoio do PT:

- O PT sempre teve e sempre terá, pelo menos em relação a mim, um comportamento de aliado, que é um comportamento proporcional ao que eu sempre tive com ele. De modo que minha relação com o PT nunca esteve tão bem como está agora.

Ele reclamou de suposta pressão sobre os senadores:

- Não vou permitir que haja pressão sobre os senadores. Eles vão decidir livremente com suas consciências e com o que está provado em relação à minha inocência nos autos.

À tarde, no cafezinho do plenário, conversou com jornalistas. Descontraído, pediu desculpas por estarem em "lados opostos" e contou que engordou três quilos desde o início da crise, quando parou de correr e se exercitar. Aparentando ânimo, afirmou:

- Perguntaram se vou fazer corpo-a-corpo com senadores este fim de semana. Eu respondi que, com os senadores, não...