Título: Bolsa sobe 2,41% e dólar recua para R$1,926
Autor: Frish, Felipe
Fonte: O Globo, 12/09/2007, Economia, p. 24

Expectativa dos analistas agora está centrada na reunião do BC americano, marcada para a semana que vem.

RIO e NOVA YORK. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reagiu ontem à melhora do mercado internacional que vem ocorrendo desde segunda-feira. O Ibovespa, principal índice da bolsa, fechou em alta de 2,41%, para 53.920 pontos. O dólar caiu 1,03%, para R$1,926, e voltou aos níveis de 9 de agosto. Já o risco-Brasil caiu 2,34% para 209 pontos centesimais.

A expectativa ontem era sobre o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, em Berlim. Mas ele não comentou o momento atual, falou apenas em tese. Segundo Bernanke, ao longo do tempo, o déficit em transações correntes dos EUA é insustentável. Ele também disse que os outros países têm de trabalhar para corrigir os desequilíbrios na balança comercial, o que ajudaria na estabilidade econômica global.

- Se o Fed não baixar os juros em sua reunião na semana que vem, o mercado vai reagir mal. Se reduzir 0,25 ponto percentual, não vai fazer diferença, já está no preço. Se baixar 0,5 ponto, vai ser muito positivo, mas foge da linha deles e alguns vão entender que significa que a coisa está ruim mesmo - diz o diretor da Ágora, Álvaro Bandeira.

Vale e Petrobras puxaram alta da Bovespa

A alta de ontem da Bovespa foi puxada, em parte, pelas ações da Vale do Rio Doce, com valorização de 2,96%, e da Petrobras, de 2,84%. As ações da estatal subiram com a expectativa de que o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para elevar a produção em 500 mil barris por dia não será suficiente para atender ao aumento da demanda. O petróleo atingiu sua cotação recorde em Nova York, de US$78,23 o barril.

A expectativa agora é por causa do anúncio dos números de venda no varejo e de confiança do consumidor, ambos nos EUA, que saem na sexta-feira. Ontem, a Associação Nacional dos Corretores dos EUA reduziu sua previsão para venda de imóveis usados este ano, pelo sétimo mês consecutivo, para uma queda de 8,6% em relação a 2006, para 5,9 milhões de casas (6,5 milhões em 2006). Mês passado, o grupo previa queda de 6,8%. Seria o pior resultado desde 2002, com 5,6 milhões.

Segundo publicou o "New York" Post em sua edição online, a Countrywide, maior empresa de hipotecas dos Estados Unidos, trabalha na estruturação de um outro investimento estratégico, parecido com o acordo fechado com o Bank of America no mês passado. A Countrywide recebeu uma injeção de US$2 bilhões do Bank of America, o que ajudou a companhia a normalizar suas finanças num momento de falta de liquidez.

(*) Com agências internacionais