Título: Rato defende perestroika no FMI
Autor: Beck, Martha e Rodrigues, Lino
Fonte: O Globo, 26/09/2007, Economia, p. 27

Fundo precisa dar mais voz a emergentes, diz executivo.

MOSCOU. O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, aproveitou sua passagem pela Rússia para defender uma perestroika (reestruturação) no organismo, como a reforma do sistema de quotas. O objetivo seria dar mais voz aos países emergentes.

- O FMI necessita do que os russos chamariam de perestroika - disse Rato, referindo-se ao processo de reestruturação defendido no fim dos anos 80 pelo então presidente soviético, Mikhail Gorbatchov.

Rato, que deixa o cargo mês que vem, disse que é a favor da mudança do atual sistema de quotas, que dá aos países ricos mais da metade dos votos nas decisões do FMI:

- Essa reforma é crucial. Há o consenso de que as economias emergentes e em desenvolvimento, como Rússia, China, Índia Brasil, México etc., tenham mais voz no FMI.

Rato classificou de excelentes os candidatos a sua sucessão: o francês Dominique Strauss-Kahn e o tcheco Josef Tosovsky. Ele prometeu ajudar seu sucessor, que deve ser escolhido esta semana pelo Conselho Diretor, na transição.