Título: Dívida pública federal cai para R$1,307 trilhão
Autor: Duarte, Patrícia; Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 22/11/2007, Economia, p. 31

Real mais valorizado e resgate de títulos reduziram valor do débito no mês passado.

BRASÍLIA. A valorização do real em relação ao dólar e um resgate líquido de R$16,1 bilhões em títulos provocaram uma leve redução na dívida pública federal em outubro, que fechou o mês em R$1,307 trilhão, contra R$1,315 trilhão em setembro. Do total, a maior parte, de R$1,199 trilhão, corresponde à dívida mobiliária federal interna, enquanto R$108 bilhões equivalem à dívida externa do país.

Como outubro foi um mês chamado de cabeça de trimestre - em que há grande concentração de vencimentos de papéis prefixados -, o Tesouro Nacional foi obrigado a fazer um resgate elevado desse tipo de título no período (R$25 bilhões). Isso acabou reduzindo não apenas a dívida mobiliária federal interna (em 0,15%), mas a participação de papéis prefixados no endividamento. Enquanto em setembro os prefixados respondiam por 36,84% do estoque, em outubro caíram para 35,18%.

Os papéis prefixados são considerados mais vantajosos para o governo, pois dão maior previsibilidade sobre os resgates da dívida. No entanto, o Tesouro ainda não conseguiu atingir o intervalo fixado para a participação desses títulos na dívida até o fim de 2007 - entre 37% e 45%.

Tesouro evita emissão por causa de cenário externo

Segundo o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Otávio Ladeira, no entanto, a meta será cumprida, pois o governo continuará emitindo esses papéis até o fim do ano. Ele admitiu, no entanto, que a recente volatilidade no mercado financeiro dificultou a venda de alguns papéis prefixados, como as NTN-Fs. A instabilidade no mercado internacional também prejudicou o programa de emissão de papéis brasileiros no exterior:

- A volatilidade no mercado externo termina prejudicando o programa de emissões. O Tesouro não está fazendo emissões para evitar incorrer em custos adicionais - disse Ladeira.

A dívida externa foi reduzida em 6,06% em outubro devido à valorização do real em relação às demais moedas que compõem esse endividamento.