Título: Queremos que o presidente reconsidere sua posição
Autor:
Fonte: O Globo, 23/11/2007, O Mundo, p. 38

Tristes e angustiados. Foi assim que Marleny Orjuela, presidente da Asfamipaz, que reúne parentes de militares reféns das Farc, resumiu o estado de espírito das famílias. Reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, elas fizeram manifestação pedindo que o governo reconsidere a decisão. ¿Acho que um telefonema não justifica fechar uma porta tão importante¿, disse por telefone.

Cristina Azevedo

Como vocês receberam essa decisão do governo?

MARLENY ORJUELA: Foi uma decisão muito dura, que nos causa uma tristeza muito grande. E estamos aqui pedindo que o governo reconsidere essa posição, esse caminho. Há muita tristeza, muita angústia e desespero. Acho que foi uma decisão apressada.

Que medidas vocês pretendem tomar?

MARLENY: Estamos aqui num plantão na Praça Bolívar para acompanhar a questão. Temos a esperança de que o presidente volte atrás. Acho que um telefonema ao general Montoya não justifica fechar assim uma porta tão importante, que era a intermediação do presidente Hugo Chávez.

Qual a opinião das famílias dos reféns sobre a participação do presidente Chávez no processo?

MARLENY: Para nós, essa participação estava sendo positiva, tínhamos esperança. Amanhã vamos enviar uma carta ao presidente Alvaro Uribe. Queremos que o presidente reconsidere sua posição para que possa haver um acordo humanitário e, assim, possamos ver voltando para casa nossos entes queridos.