Título: Constituição assegura nomeações, diz Lupi
Autor: Gois, Chico de; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 23/12/2007, O País, p. 11

Ministro nega o aparelhamento.

BRASÍLIA. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nega que esteja havendo um aparelhamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para o ele, as mudanças no controle das Delegacias Regionais do Trabalho são naturais e ocorrem sempre que muda o comando da pasta. Parte das mudanças, diz Lupi, ocorreu porque os delegados anteriores pediram exoneração. A escolha dos novos delegados - pelo menos oito filiados ao PDT - segue os critérios da competência e da confiança, disse o ministro:

- Os nomeados aos cargos são pessoas com experiência na vida pública e conhecem as principais questões do setor. Além do mais, a nomeação de pessoas da minha confiança é garantida e respaldada na Constituição.

Segundo Lupi, desde que assumiu, das cinco secretarias do MTE - Inspeção do Trabalho, Relações do Trabalho, Executiva, Economia Solidária e Políticas Públicas de Emprego - somente duas foram modificadas. Dos 440 cargos comissionados, desde março, foram feitas cerca de 130 mudanças, sendo que 80 dos nomeados são servidores de carreira.

- Os resultados vêm sendo amplamente divulgados pelos meios de comunicação do país: recorde na geração de empregos formais, além de uma política voltada à qualificação profissional - minha principal bandeira à frente da pasta.

Segundo o ministro, para 2008, o presidente Lula aumentou em quase cinco vezes o valor destinado à qualificação, que chegará a R$1 bilhão. Ele citou ainda a aprovação no Conselho Curador do FGTS de políticas para habitação popular - aporte recursos para a construção de novas moradias e redução em 2% os juros da casa própria. Em 2008, o orçamento do FGTS será R$17 bilhões.

Embora tenha liderado com o deputado Paulo Pereira (PDT-SP), o lobby do movimento sindical para manter a obrigatoriedade do imposto sindical, Lupi nega vínculo com as centrais:

- Não tenho nenhum tipo de vinculação com nenhuma central sindical, mas apoio a união dos trabalhadores na luta pelos seus direitos. Mas não por isso deixar de manter um bom canal de diálogo com as centrais patronais, que são recebidas da mesma forma por mim. Sou vinculado apenas ao interesse do governo no desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao povo trabalhador.