Título: Em São Paulo, viajantes procuram posto da Anvisa
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 09/01/2008, O País, p. 4

Preocupação com doença leva para filas nos aeroportos quem planeja ir a áreas de risco.

SÃO PAULO e SALVADOR. Em São Paulo, preocupados com o risco de propagação da doença, turistas com viagem marcada principalmente para Goiânia e Brasília lotavam ontem à tarde o posto de vacinação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos. Em janeiro, já foram aplicadas cerca de 150 vacinas contra febre amarela.

O empresário Guilherme Moccillo decidiu tomar a injeção. A preocupação com a possível reação da vacina (febre e dores até cinco dias após a aplicação) quase fez com que desistisse, mas ao saber, pelos amigos, que a fila nos postos de saúde de Goiânia eram enormes, decidiu enfrentar a agulhada.

- Não dá para ir para Goiânia sem a imunização. O risco parece que é grande mesmo. Entre a dor da agulhada e o risco de sofrer com a doença, que pode até matar, é melhor tomar a injeção - disse ele, cuja preocupação era maior porque, durante os 20 dias de trabalho na cidade, pretende fazer ecoturismo nas folgas. - Vou para uma cidade de mata, fazer arvorismo, por isso a preocupação é em dobro.

Como acontece todos os anos no período de férias, o Estado de São Paulo está desde o início de dezembro em alerta epidemiológico contra a doença. Os 32 grupos de vigilância sanitária e todas as unidades de saúde começaram uma campanha de conscientização, alertando para os riscos da doença. No ano passado, foram aplicadas mais de 500 mil doses da vacina.

Em Salvador, o alerta do Ministério da Saúde gerou uma grande procura pela vacina. Durante todo o dia de ontem, muitos turistas e pessoas com viagem marcada foram à unidade da Anvisa no Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães. O aumento da demanda também foi percebido nos postos de saúde. De férias em Salvador, a médica Ellen Gonsioroski, de Brasília, levou o filho Roberto, de 11 anos, para vacinar antes de retornar à sua cidade natal.

- Voltamos em dez dias, prazo de antecedência mínima para estar protegido - disse ela.