Título: The Economist : Brasil tem dinastias feudais
Autor: Costa, Ana Claudia; Marqueiro, Paulo
Fonte: O Globo, 26/01/2008, O País, p. 12

Revista inglesa diz que nomeação de Lobão é exemplo da influência das oligarquias no país.

A revista "The Economist" afirmou, em texto publicado na sua última edição, que a nomeação de Edison Lobão para o Ministério de Minas e Energia é um exemplo de que persistem no país as dinastias políticas feudais. Para a publicação inglesa, Lobão só assumiu o cargo porque é protegido do senador José Sarney (PMDB-AP) e porque o presidente Lula depende do ex-presidente para assegurar a governabilidade no Congresso.

No texto, escrito em tom irônico, a revista lembra que Lobão assumiu o cargo em meio ao risco de haver apagão elétrico no país. A falta de experiência de Lobão na área, segundo a revista, pode não ser um problema, já que o ministro disse que já está "lendo sobre o assunto". A revista diz ainda que o ministro não tem culpa pelo sobrenome, que significa "grande lobo". E que seu primeiro nome parece feito sob medida para o cargo, em referência ao descobridor da eletricidade, Thomas Edison.

A revista diz que Lobão entrou para a vida parlamentar após escrever textos elogiosos aos ditadores militares da era 1964-1984, no tempo em que ainda era jornalista. E cita como o maior problema no seu currículo o fato de ter indicado o filho como suplente, lembrando que Lobão Filho está sendo investigado por evasão fiscal.

A família Sarney é citada como exemplo das oligarquias políticas no país. Para a revista, "política patronal é um fardo pesado para os pagadores de impostos no país. Se as luzes se apagarem no próximo ano, o custo vai ser ainda maior".