Título: Febre amarela: mais 2 confirmações
Autor: Paul, Gustavo; Vasconcellos, Fábio
Fonte: O Globo, 05/02/2008, O País, p. 4

Número de mortes chega a 13, e há 47 casos suspeitos de reação à vacina.

BRASÍLIA e RIO. O Ministério da Saúde confirmou mais dois casos de febre amarela no boletim divulgado ontem. Apesar de registrar 14 dias sem novas notificações, o número de casos confirmados chegou a 25, com treze mortes. De acordo com o ministério, nos primeiros quatro dias de fevereiro, a Secretaria de Vigilância à Saúde comprovou mais cinco novos casos: três em Goiás, um no Distrito Federal e outro em Mato Grosso do Sul. O número de mortes confirmadas passou de 10 para 13, sendo que dois teriam sido infectados em Goiás, responsável por 18 casos confirmados. Entre o boletim do dia 1º e o de ontem, foram dois novos casos.

O último caso suspeito foi comunicado em 21 de janeiro, o que, de acordo com o Ministério da Saúde, dá uma média de três casos confirmados e um em investigação por semana. Segundo o boletim oficial, desde o dia 17 de dezembro, quando o primeiro caso foi confirmado no país, já ocorreram 49 notificações de casos suspeitos de febre amarela silvestre. Desse total, 21 foram descartados e três ainda estão em investigação. As prováveis áreas de infecção dos casos confirmados são o interior de Goiás (72%), Mato Grosso do Sul (16%) e Distrito Federal (12%). O boletim do Ministério da Saúde também elevou para 47 o número de ocorrências de casos suspeitos de reação à vacina, dos quais 21 pacientes foram hospitalizados. No boletim divulgado no dia 31 de janeiro, esse número era de 43 ocorrências e 19 internações. No dia 31 de janeiro, morreu a enfermeira internada em São Paulo após tomar a vacina de febre amarela. Marizete Borges de Abreu, de 43 anos, teve infecção generalizada e falência múltipla dos órgãos, e a suspeita é que tenha contraído a doença pela vacina.

Ministro diz que imprensa confundiu população

No Rio, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, criticou a cobertura da imprensa no caso da febre amarela. Para ele, ao questionar a autoridade sanitária sobre as informações do governo, os jornais contribuíram para confundir a população.

- Acho que houve politização do tema. Misturaram política com saúde. O tom da cobertura nos primeiros dias procurou questionar a autoridade sanitária, deixando no ar dúvidas do tipo "será que o governo está dizendo a verdade? será que não vamos ter uma epidemia?". É muito perigoso. As pessoas viam e corriam para se vacinar, quando afirmávamos que não havia motivo, se você não fosse viajar para áreas onde ocorrem registro de febre amarela.

Segundo o ministro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou ao Brasil 4 milhões de doses de vacina que já foram distribuídas, e a Fiocruz normalizou a produção da vacina.

www.oglobo.com.br/pais