Título: Líderes do PSDB e do DEM integram CPI
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 01/03/2008, O País, p. 12

Oposição escala tropa de choque para atuar contra o governo.

BRASÍLIA. A oposição escalou uma verdadeira tropa de choque para compor a CPI Mista do Cartão Corporativo, que inclui os líderes do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do Democratas, senador José Agripino (RN). Os dois ocuparão vagas de suplente, mas fizeram questão de escolher a dedo os representantes do partido para as vagas de titulares. Já o governo - com exceção do PMDB do Senado, que também optou por indicar o líder da bancada, Valdir Raupp (RO), e o polêmico senador Almeida Lima (PMDB-SE) - não quis se arriscar e optou pela indicação de parlamentares mais discretos, porém disciplinados.

Além da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) - indicada por Virgílio para a presidência da CPI, depois de um acordo fechado com o governo e agora contestado pela bancada do PT na Câmara -, o PSDB nomeou o ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO) para atuar na linha de frente da comissão. Ainda para a suplência foi indicado também o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos mais experientes na bancada em matéria de investigações e CPIs.

O Democratas não ficou atrás. O líder da bancada no Senado se auto-indicou para uma das suplências e escolheu para as vagas de titular o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) - que foi relator da CPI do Apagão Aéreo e é um dos parlamentares mais aguerridos do partido em investigações contra o governo Lula - e o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA). Para a segunda vaga de suplente, o escolhido foi o senador Efraim Moraes (DEM-PI), que presidiu a CPI dos Bingos.

PMDB escolhe aliado de Renan como titular

Já o PMDB optou por colocar na sua linha de frente o senador Almeida Lima, um dos principais integrantes da tropa de choque do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) no ano passado. Sua experiência jurídica como advogado e seus discursos eloqüentes poderão se contrapor às investidas da oposição. O outro titular será o discreto Neuto de Conto (SC), suplente de senador, que chegou a ser cotado para assumir a presidência da CPI antes de o partido aceitar ceder a vaga para a oposição.

O bloco governista encabeçado pelo PT ainda está com uma de suas três vagas em aberto. Tudo indica que ela irá para alguém do PR, embora o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), estivesse disposto a participar das investigações sobre o uso do cartão corporativo. Mas, depois de sua atuação independente no Conselho de Ética, durante o julgamento de Renan, são remotas as chances dele ser indicado.

A líder do bloco, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), por enquanto, indicou duas colegas da bancada de sua total confiança para a CPI: as petistas Serys Slhessarenko (MT) e Fátima Cleide (RO). Para as vagas de suplentes foram designados os senadores João Pedro (PT-AM) e João Ribeiro (PR-TO).