Título: IGP-M tem a maior taxa desde 2002
Autor: Schreiber, Mariana; Almeida, Cássia
Fonte: O Globo, 10/05/2008, Economia, p. 39

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), na primeira prévia de maio, ficou em 1,36%, conforme divulgou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Além de ter vindo bem acima das expectativas do mercado (0,80%), foi o maior índice desde dezembro de 2002, quando o dólar estava em R$3,54. No ano, o IGP-M acumula alta de 4,48% e, nos últimos 12 meses, de 11,25%.

Desta vez, a pressão maior não veio somente dos alimentos. O minério de ferro, com alta de 29,49%, dividiu com o arroz (32,76% mais caro) o posto de maior elevação de preços no atacado - que no geral ficou em 1,82%, bem acima da taxa de abril (0,26%).

- Mas não foi só isso, a alta de preços atingiu boa parte dos insumos para a indústria. Aço, carvão mineral, sucata, enfim, todas as matérias-primas da siderurgia subiram também. Não é que tenha havido uma alta generalizado no atacado. Porém, (esta alta) não está mais concentrada nos alimentos - disse Salomão Quadros, da FGV, que citou o alumínio (15,71%), a amônia (19,52%) e a bobina a frio (8,5%) como exemplos.

No varejo, o movimento foi inverso. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu de 0,40% em abril para 0,27% em maio. Verduras, legumes e frutas, que fizeram a inflação subir nos meses anteriores, agora, foram responsáveis pela queda do índice.

- Está em curso um movimento de repasse do atacado nos alimentos. Mas a queda dos produtos in natura está escondendo esse repasse - disse Quadros, citando massas e farinhas (5,88%) e leite (3,18%). (Cássia Almeida)