Título: Lucro da Casa da Moeda triplica, a R$ 320 milhões
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 23/01/2010, Economia, p. 23

Instituição planeja se voltar para mercados da América Latina

BRASÍLIA. A Casa da Moeda obteve em 2009 um lucro líquido de mais de R$ 320 milhões, três vezes mais do que em 2008 (R$ 103 milhões), e um faturamento bruto de R$ 1,5 bilhão, o dobro do ano anterior.

Os números foram antecipados ao GLOBO pelo presidente da instituição, Luiz Felipe Denucci, que confirmou ainda informação revelada pelo jornal no ano passado a de que a Casa da Moeda voltará fabricar, em breve, moeda para terceiros mercados.

O foco principal da exportação são nações da América Latina e África.

¿ Temos tecnologia de ponta. Podemos até fabricar dólar ou euro ¿ afirmou ele.

Em ano de crise, o lucro da Casa da Moeda foi turbinado pela ampliação dos investimentos em novas linhas de produção e na renovação e no fechamento de contratos em áreas em expansão.

São os casos do fornecimento de selos digitais e fiscais, e da confecção de passaportes, carteiras de trabalho e outros documentos que demandam impressões detalhadas e seguras.

Assim, explicou Denucci, a instituição conseguiu garantir R$ 457 milhões em recursos próprios para investir na compra de duas linhas inteiras de produção de cédulas de última geração, mesmo tendo perdido R$ 300 milhões do seu orçamento que seriam bancados pelo Tesouro Nacional em 2009.

¿ Nosso parque industrial se esgotaria no fim do ano passado.

Tínhamos de garantir a expansão de qualquer jeito ¿ diz Denucci, que está à frente da Casa da Moeda desde meados de 2008.

Capacidade de produção subirá para 2,8 bilhões Das duas linhas de produção de cédulas já compradas ¿ instaladas no parque industrial da entidade, em Santa Cruz, no Rio ¿, a primeira começou a funcionar no último dia 15 e a segunda está prevista para setembro.

Assim, a capacidade de produção saltará de dois bilhões de cédulas para 2,8 bilhões ao ano, volume que basicamente será usado para abastecer o mercado interno.

Uma terceira linha já está planejada para ser comprada este ano e começar a operar em 2011, ao custo total de R$ 350 milhões e com capacidade para adicionar mais 1,2 bilhão de cédulas por ano. Tanto esforço, explicou o presidente da Casa da Moeda, deve-se ao crescimento econômico, que faz o dinheiro circular mais, e ao próprio fortalecimento do real.

¿ Com as duas linhas que já temos, garantimos o abastecimento interno de dois ou três anos. É pouco, por isso precisamos de mais. Primeiro, precisamos responder a desafios imediatos ¿ afirmou Denucci.

Com tantos reforços, ele diz que o próximo passo será exportar seus produtos. As negociações deverão começar ainda este ano