Título: Líderes do DEM se queixam de Maia
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 24/02/2010, O País, p. 4

Eles pedem a dissolução do diretório no DF e criticam condução da crise

BRASÍLIA. Com a desfiliação do vice-governador Paulo Octávio do partido, a direção do DEM diz considerar encerrada sua participação no governo do Distrito Federal. Mas o caso ainda terá repercussões hoje. Em reunião, o partido vai tratar da dissolução do diretório regional.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), o senador Demóstenes Torres (GO) e o deputado Ronaldo Caiado (GO) continuam na linha de frente para tentar expurgar qualquer reflexo negativo do escândalo José Roberto Arruda no quadro político nacional. Com críticas à condução da crise pelo presidente Rodrigo Maia (RJ) e à demora na tomada de decisões, os três assinam requerimento pedindo a dissolução do diretório do DF. Com isso, querem a criação de uma comissão provisória integrada por pessoas não ligadas ao governo Arruda.

¿ Vamos pedir a dissolução do diretório para que o partido tenha um novo rumo a partir de hoje, com uma comissão provisória. Os que estão lá não têm condições de continuar, porque fizeram parte do governo do Arruda e do Paulo Octávio.

Agora é vida nova para o DEM ¿ disse Demóstenes.

Agripino disse que a ideia agora é o partido sair de cena no DF. Torcer para que o governador interino, Wilson Lima (PR), consiga estabilizar a administração, mas sem qualquer participação do DEM.

¿ Depois do infortúnio que passamos, não nos move qualquer empenho de ganho eleitoral em Brasília. Temos que mostrar que o episódio vai se circunscrever a Brasília, sem reflexo na imagem do DEM no plano nacional. Rasgamos na carne para dar um exemplo diferente do PT com o mensalão ¿ disse Agripino.

Ele, Caiado e Demóstenes , desde o inicio, bateram de frente com a cúpula do DEM liderada pelo deputado Rodrigo Maia.

A determinação para que os filiados deixassem o governo só aconteceu no dia da prisão de Arruda. Havia também expectativa de apoio a Paulo Octávio, com o que o trio discordava.

¿ O partido deveria ter agido desde novembro para evitar esse desgaste. Mas ficou dando corda e deu nisso aí. O DEM demorou muito a resolver o que fazer, e foi puxado para o furacão ¿ reclamou Demóstenes