Título: Bird amplia participação de emergentes
Autor: Villas Bôas, Bruno
Fonte: O Globo, 26/04/2010, Economia, p. 15

Cota do Brasil sobe de 2,06% para 2,24%. China assume 3o- lugar, atrás de EUA e Japão Fernando Eichenberg Correspondente

WASHINGTON. O Banco Mundial (Bird) anunciou ontem a conclusão de sua reforma no sistema de votos da instituição. Países ¿em desenvolvimento¿ tiveram sua representação elevada em 3,13 ponto percentual, para 47,19% do total. Os emergentes queriam uma repartição meio a meio, mas se contentaram com uma parcela menor ¿ segundo os compromissos assumidos no encontro de Istambul, em 2008 ¿, de olho na revisão que será feita em 2015. O Brasil, cuja participação era de 2,06%, passou para 2,24%. Mas o destaque foi a China, que passou de 2,77% para 4,42%, tornando-se o terceiro maior cotista do Bird, atrás apenas dos Estados Unidos, que permaneceram com 15,85%, e do Japão, que teve sua cota reduzida de 7,62% para 6,84%.

¿ Espero que os países em desenvolvimento obtenham paridade ao longo do tempo ¿ disse o o presidente do Bird, Robert Zoellick .

Os 186 países-membros do Bird concordaram também em um aporte de mais U$ 86 bilhões para o capital do banco, dinheiro que ficará disponível em caso de necessidade, dos quais R$ 5,1 bilhões em recursos imediatos em dinheiro.

¿ Nunca antes houve uma reforma dessas. Foi uma combinação (cota e aporte) extremamente ambiciosa ¿ disse Zoellick, acrescentando que, com a injeção de capital, o Bird não corre o risco de cortar empréstimos já assumidos este ano. Com a sua reforma de cotas e de representação ainda em discussão, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, felicitou a conclusão das mudanças no Bird: ¿ É um grande dia para o Bird. Esperamos fazer nossa reforma até o início de 2010.

Ontem, o ministro de Finanças da Grécia, George Papaconstantinou, disse estar otimista em relação às negociações em andamento com a União Europeia (UE) e o FMI para o socorro de C 45 bilhões ao país.

¿ Estamos confiantes de que será feito a tempo e de que seremos capazes de financiar a dívida pública ¿ disse em Washington, onde participou da reunião conjunta de FMI e Bird.

Já o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, em inglês) defendeu a reforma do sistema financeiro mundial, mas considerando as diferentes realidades. Para o IIF, que reúne quase 400 bancos, os emergentes não devem ser sofrer com novas taxas sobre seu sistema financeiro