Título: Prisão de 19 pessoas
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 16/06/2009, Política, p. 9

Em 14 de junho de 2007, uma investigação do Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCOC), do Ministério Público do Distrito Federal, apontou a existência de um suposto esquema de lavagem de dinheiro desviado de contratos mantidos pelo Banco de Brasília (BRB) com a Associação Brasileira dos Bancos Estaduais (Asbace) para prestação de serviços bancários. Na operação que ficou conhecida como Aquarela, 19 pessoas foram presas no Distrito Federal, Goiás, Paraná e São Paulo, entre as quais o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura e o então presidente da Asbace, Juarez Cançado.

De acordo com a investigação, a Asbace subcontratava a empresa ATP que, por sua vez, subcontratava organizações não governamentais, como a Caminhar. As entidades emitiam cartões corporativos do Banco do Brasil para saques de dinheiro na boca do caixa. Dessa forma, segundo o Ministério Público, os envolvidos nos esquemas de corrupção recebiam os recursos desviados sem deixar rastros da transação. As denúncias envolviam, além do ex-presidente do BRB, mais dois integrantes do primeiro escalão do banco: Ari Alves Moreira, ex-diretor de Recursos Administrativos e Tecnológicos, e Rildo Ramalho Pinto, ex-superintendente do Cartão BRB.

Durante a investigação, houve quebra de sigilo telefônico de todos os envolvidos, entre os quais, Tarcísio Franklin. Num dos trechos, o ex-presidente do BRB ¿ ainda no comando do banco ¿ conversava com o então senador Joaquim Roriz (PMDB) sobre a partilha de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino. O trecho do diálogo, interceptado com autorização judicial, resultou numa representação contra o peemedebista no Senado. O clima era desfavorável ao senador, que renunciou ao mandato para fugir de um processo de cassação que poderia resultar na sua inelegibilidade. Roriz alega que tratou com Constantino de um negócio privado: um empréstimo no valor de R$ 300 mil para a compra de uma bezerra. (AMC)