Título: UnB vai afastar 600 irregulares
Autor: Sallum, Samanta
Fonte: Correio Braziliense, 18/06/2009, Política, p. 13

Trinta por cento de todos os funcionários sem concurso serão dispensados até agosto. Ministros do Tribunal de Contas da União decidem instaurar auditoria para apurar gastos da universidade com pessoa física.

Com uma herança de mais de 2 mil funcionários em situação irregular, a atual gestão da Universidade da Brasília (UnB) tenta trazer para a legalidade um exército informal de trabalhadores. Em cumprimento ao termo de conciliação firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT), ela vai sanar 30% do problema até agosto. Na prática, significa promover o desligamento de cerca de 600 pessoas que ocupam vagas de profissionais que deveriam ser concursados. A contratação irregular foi realizada ao longo dos últimos anos para atender a expansão das atividades universitárias, que não foi acompanhada pela abertura de vagas em concursos públicos, quando autorizados pelo governo federal.

O grande montante de dinheiro público gasto nessas contratações, principalmente em 2008, chamou a atenção da Controladoria-Geral da União (CGU), que desencadeou outra medida de fiscalização no Tribunal de Contas da União (TCU). Os ministros do órgão decidiram instaurar auditoria para apurar os gastos da UnB com pessoa física, que chegaram a R$ 150 milhões no ano passado. O total representou nada menos do que 25% dos R$ 612 milhões repassados pelo governo federal para gastos com pessoa física no ano passado.

A CGU identificou que muitos dos beneficiários nas contratações de pessoa física de gestões anteriores da UnB eram parentes de diretores de entidades ligadas à universidade, como o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe). A UnB gastou com pessoa física mais que todas as outras 135 universidades públicas e outras instituições que receberam verbas do Ministério do Educação em 2008. A decisão do TCU decorreu de pedido do Congresso Nacional para apurar a legalidade das contratações. O ministro Augusto Nardes foi o relator do processo.