Título: PT e PSDB pedem apuração de quebra de sigilo
Autor: Braga, Isabel ; Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 15/06/2010, O País, p. 10

Eduardo Jorge convence comando tucano a entrar com ação; advogada petista diz que partido quer colaborar

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O PT entrou ontem com pedido de de inquérito na Polícia Federal para apurar a quebra de sigilo fiscal e financeiro do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Ao mesmo tempo, o PSDB decidiu, em São Paulo, entrar com uma ação na Justiça para identificar o responsável pelo vazamento. Conforme o jornal "Folha de S.Paulo", dados fiscais e bancários de Eduardo Jorge constam do dossiê contra o PSDB que estaria sendo preparado pela campanha da candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff.

O PT informou à PF que está à disposição para colaborar com as investigações.

- Os fatos são graves e merecem apuração. O PT pede que se investigue se houve o fato e quem é o responsável - disse a advogada que protocolou o pedido, Danyelle Galvão.

A ação do PSDB vai ser impetrada na Justiça comum. O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), informou que haverá amanhã uma reunião de dirigentes e advogados do partido para acertar detalhes da ação.

- Há um conjunto de ações nos últimos três meses que culminou no episódio envolvendo o Eduardo Jorge - afirmou Guerra.

Durante o dia, a ideia não era partir para a briga judicial. Mas a decisão de entrar com a ação foi tomada após a conversa dos dirigentes com Eduardo Jorge, que se dizia indignado com o problema:

- Não sei por que me investigaram. Nos últimos dez anos, tudo o que eu falo e ouço todo mundo pode saber.

Onézimo vai depor no Congresso na quinta-feira

O presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), marcou para as 9h de quinta-feira o depoimento do ex-delegado Onézimo das Graças Sousa, que denunciou o interesse de emissários do PT por um dossiê contra o candidato tucano a presidente, José Serra. A comissão também quer ouvir o sargento da Aeronáutica Idalberto Martins, conhecido como Dadá, amigo de Onézimo.

Onézimo contou à revista "Veja" que o jornalista Luiz Lanzetta, que era do comitê de Dilma, pedira para investigar Serra. Dadá teria participado das reuniões entre Onézimo e Lanzetta para discutir a elaboração do dossiê.

Da tribuna do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR) rebateu o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atribuiu à oposição o dossiê:

- É surpreendente ouvir uma afirmação tão esdrúxula como essa, tentando transferir a responsabilidade do malfeito.

O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro das Minas e Energia do governo Lula, defendeu Lula e Dilma:

- Será que alguém do lado dela (Dilma) tem interesse em tumultuar o processo, quando ela se apresenta como aquela detentora de vastas condições para ganhar as eleições?

COLABOROU: Adriana Vasconcelos