Título: Interesse na permanência
Autor: Campbell, Ullisses
Fonte: Correio Braziliense, 27/06/2009, Mundo, p. 30

¿Não queremos que os dekasseguis vão embora¿, disse Arai Tatsuo, ministro-conselheiro da Embaixada do Japão no Brasil ao Correio. Segundo o diplomata, apesar da crise financeira, os brasileiros descendentes de japoneses são uma importante força de trabalho no país e o governo espera que eles consigam se adaptar e encontrar novos empregos. ¿Os que falam japonês têm mais chances, porque podem buscar outros mercados.¿ Com o desemprego nas fábricas, Tatsuo explica que os que dominam o idioma estão conseguindo se encaixar em serviços de atenção ao cliente e mesmo no comércio.

Por isso, uma das medidas de apoio do governo japonês tem sido incentivar o ensino do japonês para os estrangeiros. O projeto Arco-íris inclui cursos de língua japonesa nas escolas e também promove o intercâmbio entre as comunidades. O ministro japonês admite que os trabalhadores falam muito português nas fábricas e que isso dificulta o aprendizado. ¿Os filhos já estão falando melhor do que os pais¿, conta Tatsuo.

Apartamentos Outros projetos envolvem a questão da moradia. Foram colocados à disposição 32 mil apartamentos para as famílias mais carentes ¿ número insuficiente, porém, pois só a comunidade de brasileiros no Japão é 10 vezes maior. Entretanto, o governo do premiê, Taro Aso, também criou um fundo de US$ 5 milhões para garantir a fiança nos imóveis e um fundo para criação de empregos no valor de US$ 1,5 bilhões.

¿Quem desejar retornar ao país por espontânea vontade, mas não tiver recursos, o governo japonês oferece um apoio financeiro de US$ 3 mil dólares por pessoa¿, diz Tatsuo. No entanto, os brasileiros que optarem por essa ¿assistência ao regresso à pátria¿ deverão permanecer no Brasil por tempo ainda indeterminado. ¿Enquanto não há uma exata perspectiva sobre a economia e o emprego no país¿, completa o ministro.