Título: No 1º dia, Marco Maia faz propostas corporativistas
Autor: Jungblut, Cristiane ; Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 03/02/2011, O País, p. 4

Presidente da Câmara promete construir prédio de gabinetes e equiparar salários com os do STF

BRASÍLIA. Na primeira coletiva como presidente eleito da Câmara, Marco Maia (PT/RS) defendeu propostas corporativistas: a construção de novo anexo de gabinetes, a aprovação de proposta que torna permanente a equiparação entre os subsídios parlamentares e os dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o pagamento efetivo das emendas parlamentares. Mas disse que tais medidas são em favor da sociedade.

- Os gabinetes são pequenos, não temos salas de reuniões. Mais de um milhão de pessoas passaram pelo Parlamento no ano passado. Temos que dar condições para que os cidadãos sejam bem atendidos. A imprensa não sabe a dificuldade que temos para fazer reuniões - disse Maia.

Apesar de defender a construção do anexo e enfatizar que a Casa tem recursos para a obra, Maia não fixou data para o início das obras. A construção do anexo de gabinetes e do prédio da biblioteca é defendida há anos. Mas com mandatos de apenas dois anos, os presidentes evitam o tema, pois teriam o ônus de bancar a construção, sem o bônus de inaugurá-la.

A Câmara tem 150 mil metros de área construída, em quatro anexos. Nos dez andares do anexo IV estão 432 gabinetes que medem entre 39 e 40 metros quadrados e têm banheiros privativos. No Anexo III, estão 77 gabinetes, de 34 metros quadros e sem banheiro privativo. A ideia é construir um segundo prédio de gabinetes.

O presidente da Câmara defendeu o pagamento das emendas parlamentares, sem comprometer-se com a tese do orçamento impositivo. Isso garantiria que, toda vez que os salários dos ministros do Supremo sejam elevados, os subsídios parlamentares subam também.

Pela manhã, Maia foi ao culto que acontece todas as quartas-feiras no plenário 1 da Casa. Todos agradeceram a eleição dele. O plenário estava lotado de fiéis e deputados da bancada evangélica. Os deputados presentes pediram que Maia construa um espaço para o culto, argumentando que ele é realizado no plenário onde são realizadas as sessões da Comissão de Constituição e Justiça e tem de se encerrado às pressas porque a sessão precisa ser iniciada. Maia disse aos colegas que era católico e que, quando tiver dificuldades espirituais, recorrerá à ajuda deles.