Título: MP e CGU investigam convênios em São Paulo
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 18/10/2011, O País, p. 13

Federação de xadrez ensinava futebol

SÃO PAULO. A execução do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, enfrenta uma série de denúncias de irregularidades no estado de São Paulo. No Ministério Público Federal (MPF), há três inquéritos para investigar o programa e um quarto pode ser instaurado nos próximos dias.

As apurações do MPF envolvem a Federação Paulista de Xadrez e a ONG Pra Frente Brasil, da ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues. A Controladoria Geral da União (CGU) também investiga o convênio com a Pra Frente Brasil. Os principais problemas identificados pela Controladoria foram formalização de convênio sem observância do prazo mínimo legal de três anos de regular funcionamento; aquisição de bens e contratação de serviços sem realização de licitação; indícios de fraudes em licitações realizadas; indícios de superfaturamento na aquisição de reforço alimentar e contratação de recursos humanos em quantidade divergente do previsto no Plano de Trabalho aprovado.

A Federação Paulista de Xadrez é investigada por dois convênios, que somam R$6,2 milhões. A entidade de Karina, que é vereadora de Jaguariúna (SP) pelo PCdoB, partido do ministro Orlando Silva, recebeu R$28 milhões do governo.

Nas investigações contra a federação de xadrez, o MPF constatou listas de presença falsas na execução de convênios para aulas de esportes, como futebol, vôlei e atletismo, para crianças da cidade de Americana.

Em um convênio de R$4,7 milhões, o MPF suspeita da compra de material esportivo que já teria sido fornecido pelo Ministério do Esporte.

José Alberto Ferreira dos Santos, vice-presidente da Federação Paulista de Xadrez, disse que tomou a iniciativa de devolver R$1,7 milhão ao ministério por não ter conseguido atender o número de crianças previsto no contrato.

- Conforme instrução do próprio ministério, foi tudo devolvido. Tem mais de oito meses - afirmou Santos.