Título: BB amplia oferta de crédito
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 02/09/2009, Economia, p. 17

No total, são R$ 36,7 bilhões em diferentes linhas de empréstimo. Só para 1,2 milhão de clientes, a oferta é de R$ 3,6 bilhões via cartão

A menos de quatro meses do Natal, o Banco do Brasil, de olho no aumento do consumo, ampliou a oferta de dinheiro à clientela. Somente para a linha de cartão de crédito houve um incremento de 50% para 1,2 milhão de clientes pessoas físicas. São mais R$ 3,6 bilhões para gastos com o cartão, além de R$ 1,5 bilhão disponível no Crédito Direto ao Consumidor (CDC). A linha de material de construção, contudo, foi a que recebeu o maior reforço. São R$ 12,7 bilhões destinados a reforma e ampliação de imóveis. Além desse aporte, o prazo de pagamento dessa modalidade de empréstimo foi ampliado para até 60 meses. Todos os acréscimos somam R$ 36,7 bilhões em novos recursos oferecidos aos clientes destinados a fazer a roda do consumo girar.

O vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global do BB, Ricardo Flores, explicou que a ampliação dos limites teve por parâmetros o histórico de relacionamento com o cliente, o perfil de risco, a capacidade de pagamento e a propensão ao consumo. ¿Tudo foi feito com base em uma análise criteriosa¿, assegurou. Flores explicou que crédito disponível não significa crédito usado. Dos R$ 13 bilhões liberados em maio para 10 milhões de clientes, pessoas físicas, por exemplo, só R$ 1,4 bilhão foi usado.

Os novos recursos para cartão de crédito são mais da metade do montante hoje usado pelos clientes. Pelos dados do BB, estão sendo utilizados pelos clientes hoje R$ 6,6 bilhões no cartão de crédito com pagamento à vista. Outros R$ 1,9 bilhão estão no cartão rotativo. No BB crediário material de construção, o limite individual de compras pelos clientes na rede credenciada mais que dobrou. De R$ 20 mil, o limite de crédito foi ampliado para até R$ 50 mil, dependendo da capacidade de pagamento do cliente.

Microempresas Além das pessoas físicas, o BB estendeu o crédito para micro e pequenas empresas, produtores rurais e prefeituras. Cerca de 240 mil micro e pequenas empresas poderão contar com financiamento de R$ 13,9 bilhões para investimento. O dinheiro para isso vem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundos constitucionais e Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Outros R$ 569 milhões serão destinados a capital de giro. Nesse caso o público alvo são 15,4 mil pequenos estabelecimentos que tiveram sua capacidade de pagamento previamente avaliada. Eles poderão pegar o crédito com base na venda futura de mercadorias via cartão de crédito. O prazo para pagamento será de 24 meses.

Para os produtores rurais, o crédito disponível, de R$ 1,4 bilhão, é para a estocagem dos produtos da safrinha. O prazo de pagamento é de até 180 dias. As prefeituras terão um limite de R$ 3,1 bilhões para infraestrutura e transporte escolar. Para infraestrutura são R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1 bilhão do BNDES dentro do programa Provias (Programa para Financiamento de Máquinas e Equipamentos Novos destinados a melhorias em vias públicas, rodovias e estradas).

Dólar tem alta de 4,04% e chega a R$ 1,905

Pelo sétimo dia seguido, o dólar subiu em relação ao real. Ontem, a moeda americana encerrou o dia valendo R$ 1,905, valor 4,04% acima de sua cotação há uma semana. Só ontem, houve uma valorização de 0,85%. Por trás de todo esse estresse, as desconfianças em relação aos bancos nos Estados Unidos. Tanto que o índice de bancos KBW recuou 5,8%. Entre as ações que mais caíram estiveram as do JPMorgan Chase, com baixa de 4,1%, e do Citigroup, com queda de 9,2%. Com isso, as bolsas caíram em todo o mundo. O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,96%. A Bolsa de Frankfurt caiu 2,51%, a de Londres recuou 1,82% e a de São Paulo teve queda de 1,19%, aos 55.814,96 pontos. A queda na bolsa brasileira só não foi maior graças às ações da Petrobras, que haviam despencado na véspera e, ontem, fecharam em alta de 0,7% os papéis preferenciais, isto é, sem direito a voto, embora sejam as mais negociadas no mercado.