Título: Governo aumenta risco da Caixa
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 02/10/2009, Economia, p. 14

Para ampliar as oportunidades de negócio do FI-FGTS, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o governo aumentou o risco assumido pela Caixa. Na reunião extraordinária do Conselho Curador do fundo, realizada ontem, virou exceção a regra que determina que os investimentos do FI-FGTS não podem ultrapassar 30% de um determinado empreendimento. Essa norma existe justamente para diminuir o risco que, dessa forma, é assumido com outros parceiros.

Agora, no caso do FI-FGTS aplicar recursos em Fundos de Investimento em Participações (FIPs), cujo gestor seja a própria Caixa, o limite de investimento pode chegar a 100%. Para o Fundo de Garantia, segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, não muda nada. ¿O FI-FGTS não está assumindo mais riscos. O risco já era da Caixa que, por lei, assegura uma rentabilidade mínima nos investimentos do fundo de infraestrutura equivalente ao rendimento garantido pelo governo às contas dos trabalhadores, que é de TR mais 3% ao ano¿, explicou.

Se não aumenta o risco do FI-FGTS, o governo não teve o mesmo cuidado com a Caixa, que é 100% controlada pela União. No caso de um eventual prejuízo, a Caixa terá que bancar a conta com recursos próprios ou, em último caso, pedir cobertura do Tesouro Nacional. Uma coisa é assumir a garantia de uma rentabilidade mínima para 30% de um determinado investimento. Outra, bem diferente, é de 100% de outra aplicação.

Não cabe à Caixa impor ao FI-FGTS quaisquer investimentos. Esses são escolhidos por um Comitê Gestor do próprio fundo, voltado para financiamentos em projetos de média e longa duração nas áreas de infraestrutura, energia, portos, rodovia e saneamento. Até o momento, a rentabilidade do FI-FGTS é alta. No período de julho de 2008 a setembro de 2009, o fundo acumula remuneração de 10,342%, enquanto que o rendimento das contas (TR mais 3% ao ano) está em 5,7% no período. (VC)

Teto maior na casa própria

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou ontem, em reunião extraordinária, o aumento do teto de financiamento para o programa Minha Casa, Minha Vida. Para as cidades com mais de 250 mil habitantes, o novo teto passa a ser de R$ 100 mil (valor de mercado ou de avaliação do imóvel). O teto anterior era de R$ 80 mil para imóveis localizados nas cidades de até 500 mil habitantes.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, explicou que a ampliação foi feita porque justamente nas cidades maiores os imóveis são mais caros. Nessa ampliação de limites, foram incorporados ao teto de R$ 130 mil os imóveis localizados nas cidades com população acima de um milhão de habitantes. Até então, o teto de R$ 130 mil só valia para as cidades e regiões metropolitanas do Distrito federal, São Paulo e Rio de Janeiro.

A partir de janeiro do próximo ano, também passam a ser beneficiadas com o teto maior, R$ 130 mil, todas as capitais dos estados, mesmo aquelas que não possuem população acima de um milhão de habitantes. Durante a reunião do Conselho, o ministro também divulgou os dados de arrecadação líquida do Fundo de Garantia. Segundo Lupi, apesar da crise, a arrecadação líquida do FGTS está positiva em mais de R$ 3 bilhões no período de janeiro a agosto deste ano. (VC)