Título: Fundos de curto prazo poderão ter IR maior
Autor: Beck, Martha
Fonte: O Globo, 06/02/2013, Economia, p. 26

Governo quer encontrar formas de desestimular aplicações diárias

O governo começou a discutir com o mercado financeiro mudanças na tributação dos fundos de investimento. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, o objetivo da equipe econômica é estimular aplicações de longo prazo. Uma das possibilidades é elevar o Imposto de Renda (IR) que incide sobre os fundos com ativos atrelados à taxa dos Certificados de Depósitos Interbancários, os chamados fundos DI. Essas aplicações têm um perfil de curto prazo, pois têm correção diária ( overnight ).

- A discussão é se é necessário e aconselhável fazer algum estímulo ou penalização sobre fundo de investimento para promover uma menor indexação desses fundos de DI - afirmou Barbosa.

O governo já tem um sistema pelo qual o investidor paga mais imposto - podendo chegar a uma alíquota 22,5% - se resgatar dinheiro de fundos de investimento mais cedo. Ou seja, quanto mais tempo os recursos ficam aplicados, menor é o IR. Mas o que se estuda agora é taxar mais um fundo não em função do tempo de aplicação, mas pelo perfil do próprio fundo. Ou seja, se a composição for de papéis de curto prazo, o imposto ficaria mais alto.

Com a medida, o governo acredita que será possível estimular a migração para investimentos de longo prazo, como fundos de infraestrutura, que ainda não deslancharam no país. Esses fundos são importantes para financiar grandes obras necessárias para o crescimento da economia. Outro resultado dessa taxação seria reduzir o interesse do mercado por LFTs, títulos corrigidos pela Taxa Selic, que também têm correção diária.