Título: Churrasco e cerveja em Minas
Autor: Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 23/11/2009, Política, p. 3

Candidatos apoiados pelo ministro Patrus Ananias e pelo ex-prefeito Fernando Pimentel disputaram cargos no estado. No Rio, Lindberg Varias comemorou opção de Lula por dois palanques

Lindberg: Ele (Lula) fez uma constatação da realidade. O PMDB já tinha chegado a esse consenso

As eleições internas do PT foi motivo de festas nos estados, apesar das divergências entre os postulantes. O assunto predominante foi a eleição do próprio ano, como no Rio de Janeiro, onde uma ala quer candidato próprio ao governo, enquanto um outro lado prefere apoiar a reeleição de Sérgio Cabral (PMDB). Além disso, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem pela manhã, sobre a possibilidades de dois palanques para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata petista à Presidência, teve ressonância nos estados.

Apesar da disputa acirrada para eleger os novos presidentes estadual e municipal do PT, em Minas Gerais a eleição transcorreu em meio a churrasco e cerveja. Divididos entre o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e o ex-prefeito da capital Fernando Pimentel. Pelo grupo de Pimentel disputou Reginaldo Lopes, o atual presidente do partido em Minas Gerais, enquanto que Gleber Naime, aliado de Patrus, era o oponente. Disputaram ainda três outros candidatos, com poucas chances de vitória.

No Rio, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), comemorou as declarações dadas pela manhã por Lula, sobre a divisão de palanques por Dilma. ¿Ele fez uma constatação da realidade. Na maior parte dos estados, não cabe palanque único. O PMDB já tinha chegado a esse consenso¿, afirmou Lindberg. No Rio, segundo o prefeito, a ministra teria três palanques: dele próprio, de Cabral e de Anthony Garotinho, que deverá ser candidato pelo PR.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem, durante café da manhã com lideranças políticas antes das eleições, em Porto Alegre, que Dilma vai se eleger presidente em 2010 e, no cargo, precisará mais do PT do que Lula precisou. ¿Qualquer outra liderança que for substituir o presidente precisará muito mais do partido do que o Lula precisou devido à sua característica ímpar de articulação¿, ressaltou. Em Pernambuco, uma das alas que disputou as eleições acusou outra de fornecer combustível e transporte para eleitores. Apesar disso, o clima foi tranquilo.