Título: Dresdner e ING sobem 15 lugares no ranking
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2005, CAPTAÇÕES EXTERNAS, p. Fs

O Dresdner Kleinwort Wasserstein e o ING foram os bancos que conseguiram ganhar o maior número de posições no "Ranking Valor de Captações Externas" relativo às operações de 2004 em comparação com o ano anterior. Os dois ganharam 15 posições no ranking geral, sendo que o ING passou do 25º para o 10º lugar, enquanto o Dresdner pulou da 23ª para a 8ª. No caso do Dresdner, a responsável por essa performance foi a emissão estruturada para a República brasileira, em parceria com o UBS, no valor de 1 bilhão de euros. Já o ING realizou um maior número de operações. Enquanto que no ano passado o ING liderou operações que somaram US$ 879 milhões, em 2003 as captações estruturadas pelo banco foram de US$ 200 milhões. "O ING decidiu no ano passado retomar o foco nas operações de suporte financeiro, que sempre foram tradição do banco, principalmente os empréstimos atrelados às exportações. E em 2004 os destaques foram dois clientes importantes para o banco, a Petrobras e a Braskem", diz Alexandre Rezende, chefe de corporate e banco de investimento do ING no Brasil. No caso da Braskem, o empréstimo de US$ 100 milhões, feito com a co-liderança do francês BNP Paribas, teve como finalidade bancar a importações de máquinas e equipamentos. Já a operação feita para a Petrobras, no valor de US$ 225 milhões e co-liderança do Natexis e Société Générale, foi um pré-pagamento de exportações. "Esse crescimento foi o resultado da estratégia para 2004, focada nas operações de financiamento ao comércio exterior e commodities para o setor corporativo", afirma Rezende. O executivo do ING considera ainda que as parcerias do governo federal e a iniciativa privada poderão resultar em operações de captações no exterior, principalmente para bancar as importações de equipamentos. Segundo ele, o mercado de capitais internacional deverá continuar com boa liquidez, permitindo prazos amplos e custo menor. Enrique Bustamante, do Dresdner, concorda com essa avaliação. "Os investidores internacionais vêem com bons olhos a maioria das grandes corporações que freqüentemente vão a mercado, e como resultado, esperamos ver condições melhores nas emissões brasileiras", considera. De acordo com Bustamante, o banco espera que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 3,7% em 2005, com a inflação sob controle e a continuidade do processo de elevação dos juros em março e abril. Para Rezende, "nas captações em dólar, é preciso olhar para o alongamento dos prazos que as empresas têm conseguido. O fato é que o momento é favorável e as empresas brasileiras estão sabendo tirar proveito".