Título: Carteiras de ações de emergentes têm recorde de aplicação
Autor: Angelo Pavini
Fonte: Valor Econômico, 08/03/2005, EU &, p. D1

Os investimentos em fundos destinados a comprar ações de países emergentes bateram recorde em fevereiro, com a entrada de US$ 4,61 bilhões, segundo dados da Emerging Portfolio Fund Research. Segundo a empresa americana, que acompanha 8.000 fundos em todo o mundo, esse é o maior valor em um mês desde o início do levantamento, em 1995. O recorde anterior havia sido o de janeiro do ano passado, quando os fundos de ações de mercados emergentes receberam US$ 3,98 bilhões. Antes, só em janeiro de 1996, antes da onda de crises iniciada com a da Ásia, esses fundos haviam tido captação perto desse número, de US$ 3,91 bilhões. A captação de fevereiro representou crescimento de 3% da carteira desses fundos, que possuem US$ 147,68 bilhões investidos. Segundo o diretor da Emerging Portfolio Brad Durham, os números mostram maior interesse dos investidores internacionais por aplicações regionais ou em países, e menos em carteiras mais diversificadas como os fundos globais, que acumulam US$ 3,83 bilhões no ano. "Os investidores estão novamente com grande interesse em emergentes, como nos anos 90." A diferença, diz, é que hoje as economias dos países emergentes estão em melhor forma, com câmbio flutuante e não fixo como nos anos 90, grande volume de reservas internacionais, taxas de crescimento expressivas, mercado doméstico crescente e companhias com preços atrativos e perspectivas de bom desempenho. A forte procura por ações de emergentes explica a alta do Índice Bovespa no mês passado e neste mês, para 29.455 pontos. Depois do saldo de estrangeiros de R$ 3,7 bilhões em fevereiro, março começou com expressiva entrada de investimentos externos, R$ 233,893 milhões nos três primeiros dias do mês, elevando o acumulado no ano para R$ 4,511 bilhões. Segundo os dados da Emerging Portfolio, os fundos de ações para América Latina registram no ano captação de US$ 553 milhões, com um crescimento de 11% sobre o patrimônio total de US$ 6,2 bilhões. A maior parte dos recursos teve como destino o Brasil, que tem o maior peso nas carteiras. Já os fundos dedicados exclusivamente a Brasil captaram US$ 31 milhões - uma alta de 3,13% sobre o patrimônio total de US$ 1,142 bilhão.