Título: Farmacêuticas correm para produzir vacina da gripe
Autor: Jack , Andrew
Fonte: Valor Econômico, 12/05/2009, Internacional, p. A9

Mais de uma dezena de companhias farmacêuticas estão se preparando para produzir uma vacina contra a gripe suína, doença que foi identificada pela primeira vez no México no mês passado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse ontem que importantes produtores de vacinas - como Novartis, GlaxoSmithKline e Sanofi-Aventis tinham solicitado amostras de "vírus de tipo selvagem" do vírus H1N1.

Amostras também estão sendo enviadas à MedImmune, que agora faz parte da AstraZeneca, à Baxter, à CSL e à Solvay, bem como a desenvolvedores de menor porte, como Microgen, Nobilon International, Omnivest Vaccines e Vivaldi.

A OMS está coordenando discussões científicas sobre o vírus e anunciou que, nas próximas semanas provavelmente, fará uma recomendação sobre se, e como, produzir uma vacina contra o vírus causador da doença.

Especialistas ainda não decidiram se o vírus é suficientemente letal para justificar a recomendação de produção de uma vacina especial, ou de modificação do medicamento atual - selecionado pela OMS a cada ano - que protege contra três variantes de gripes sazonais.

Eles precisam decidir se o novo vírus é pelo menos tão letal quanto a gripe sazonal, que normalmente mata cerca de 500 mil pessoas por ano. Até agora, houve confirmação de que a gripe suína ou gripe A (H1N1) já matou 61 pessoas no México, Canadá, EUA e Costa Rica, e infectou cerca de 4,8 mil em 30 países. Um artigo científico da revista "Science" veiculado ontem na internet estima a taxa de mortalidade em 0,4%, ou quatro vezes maior do que a da gripe sazonal.

Desde meados da década de 2000, a preocupação cada vez maior com o risco de uma pandemia gripal ajudou a ampliar o mercado para vacinas antigripais, pois governos ao redor do mundo adquirem estoques e reserva de capacidade para produção de vacinas.

Pelo método de produção de vacinas atual que emprega ovos de galinha como ambiente de cultura serão necessários ainda de quatro a seis meses para a criação de um nova vacina, o que poderia tornar um produto disponível para enfrentar uma possível segunda onda do vírus no Hemisfério Norte mais para o fim deste ano.

Há poucas perspectivas de disponibilidade de uma vacina contra surtos no Hemisfério Sul, prováveis nos próximos meses. Há também uma capacidade mundial muito menor do que a necessária para vacinar a população de todo o planeta.

A Novartis produz uma vacina autorizada acompanhada de um potencializador químico patenteado que aumenta a reação imunológica do organismo. Outras empresas estão tentando desenvolver substâncias concorrentes.