Título: Analistas já fazem projeção menos pessimista para o PIB em 2009
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 16/06/2009, Brasil, p. A2

O relatório Focus divulgado ontem, que reúne as previsões semanais dos economistas consultados pelo Banco Central, traz um resultado um pouco menos negativo para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009: queda de 0,55%, ante retração de 0,71% na última previsão.

A expectativa veio após uma retração menor na economia no primeiro trimestre, resultado divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mais um corte de um ponto percentual na taxa Selic, surpreendeu o mercado pela ousadia.

Já os índices que medem a inflação aparecem como praticamente estáveis, sem repercutir ainda o corte de um ponto percentual na taxa básica de juros promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central) na última quarta-feira.

Em parte dos índices, as previsões de inflação sofreram desaceleração discretas em relação à pesquisa da semana passada. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) recuou de 1,46% para 1,41%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe) teve queda discreta, de 4,29% para 4,27%.

Já o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu de 1,80% para 1,82%. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como meta para o BC, a previsão registrou alta: de 4,33% para 4,39%. A meta de inflação é de 4,5%, podendo chegar a 6,5% no intervalo de tolerância, de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Com o corte de juros definido pelo Copom, a taxa Selic caiu de 10,25% para 9,25% ao ano. Apesar da decisão, que superou as expectativas do mercado de uma redução de 0,75 ponto percentual, para o encerramento de 2009 a previsão do Focus foi mantida em 9% ao ano. Para 2010, a previsão apontou ligeira desaceleração: de 9,15% para 9,14% ao ano.

Em relação à produção industrial, as expectativas negativas também melhoraram, apesar de o cenário continuar negativo: retração de 4,78% para 4,70%. Em 2010, entretanto, a produção deve crescer 4,03%. O real deve manter a valorização até o final do ano. A estimativa para o dólar no fim de 2009 se manteve em R$ 2.

A previsão para o superávit da balança comercial deste ano ficou estável (US$ 20 bilhões). Os investimentos estrangeiros diretos subiram de US$ 23 bilhões para US$ 24,5 bilhões. A relação dívida/PIB também cresceu: passou de 39% para 39,1%.