Título: PT de Minas quer candidato
Autor: Mello, Alessandra; Almeida, Daniela
Fonte: Correio Braziliense, 29/03/2010, Política, p. 3

eleições

Fernando Pimentel e Patrus Ananias apoiam decisão que vai na contramão dos interesses do presidente Lula

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel selaram a paz ontem durante posse do diretório do PT na capital. No encontro, foi aprovada por unanimidade uma resolução em defesa da candidatura própria do partido ao governo do estado e em prol da união dos dois em torno da escolha de um único nome para a disputa. Patrus e Pimentel estavam em litígio pela candidatura do partido ao Palácio da Liberdade. Também foi criada uma comissão com seis representantes, três indicados por Patrus e três por Pimentel, para discutir os critérios que serão adotados para definir quem será o nome do partido ao governo de Minas. A intenção do PT é resolver esse imbróglio até quarta-feira. Se o candidato for Patrus, ele terá de deixar o cargo até sábado, prazo máximo para desincompatibilização dos ministros que pretendem disputar as eleições deste ano. Ontem, com um discurso afinado em nome da unidade e de uma candidatura própria, os dois apareceram de última hora na posse do vice-prefeito Roberto Carvalho, aliado de Pimentel, no comando do diretório de Belo Horizonte, e posaram abraçados para as fotos. Foi um sinal claro da disposição do partido em marchar unido em torno de um candidato próprio, afirmou o vice-prefeito. Segundo ele, o encontro de ontem deixou evidente que as diferenças entre Patrus e Pimentel nessa fase de pré-campanha agora são apenas pontuais. Eles também destacaram que estarão unidos na candidatura própria, independente de quem seja o escolhido. Onde um estiver o outro também estará, comemorou Roberto Carvalho.

PMDB

Sem prejuízo da definição da tática eleitoral nacional e do diálogo com os partidos da base aliada, o PT deve ter candidato próprio ao governo do estado e buscará construir um palanque ideológico e eleitoralmente forte que nos conduza a uma vitória histórica para governar Minas Gerais, diz um trecho da resolução aprovada ontem. Enquanto o PT brigava, cresciam as articulações em defesa da candidatura do ministro Hélio Costa (PMDB) em detrimento de um nome do partido, inclusive com o apoio do Palácio do Planalto, mais interessado em garantir a adesão do PMDB à campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. O palanque duplo em Minas, segundo maior colégio eleitoral brasileiro, enfraquece a empreitada nacional petista por dividir as forças dos partidos aliados e colocá-los em campos opostos. O presidente do PMDB mineiro, deputado federal Antônio Andrade, disse que ainda não perdeu a esperança de uma composição no estado. Queremos muito compor com o PT. É interessante tanto pra nós, porque nos ajudaria a definir as eleições em um primeiro turno, quanto para o PT, porque fortalece a candidatura nacional deles. Mas, para Andrade, só com a unificação petista em torno de um único nome será possível articular a chapa única tão sonhada pelo Planalto. O PT nacional quer composição nossa, isso é notório. O PT de Minas que ainda está dividido, afirmou o presidente do diretório mineiro A única certeza para os peemedebistas, segundo Andrade, é a manutenção da campanha de Hélio Costa. Caso não haja acordo, vamos manter a candidatura do Hélio e tentar superar essa falta deles. Isso nos deixa mais livre para trabalharmos. Ainda não decidimos as vagas para vice e para o Senado porque ainda esperamos a composição. Não compondo, a gente vai se unir com os outros partidos, disse o petista de Minas. O PT deve ter candidato próprio ao governo do estado e buscará construir um palanque ideológico e eleitoralmente forte que nos conduza a uma vitória histórica para governar Minas Gerais