Título: Usiminas capta US$ 250 mi no exterior
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2005, Finanças, p. C2

Crédito Internacional Empresa obtém sua primeira linha "stand-by", que funciona como espécie de seguro

A Usiminas acaba de fechar empréstimo externo sindicalizado - com a participação de vários bancos - no mercado internacional no valor de US$ 250 milhões. Trata-se de uma linha de crédito "stand-by", que funciona como uma espécie de cheque especial. A empresa paga uma comissão para ficar com os recursos disponíveis e só saca se e quando quiser. A Usiminas vai pagar uma comissão de 0,35% ao ano trimestralmente para ficar com os recursos disponíveis por dois anos. Se sacados, os valores tomados terão prazo de vencimento de dois anos e passam a pagar taxa de 0,80% ao ano sobre a Libor, a taxa interbancária de Londres. A linha é vinculada à exportação - quando sacado, o empréstimo passa a funcionar como pré-pagamento. Segundo Paulo Penido, diretor financeiro e de relações com os investidores da Usiminas, a idéia é aproveitar a disponibilidade de crédito no mercado externo para as empresas brasileiras e obter um "seguro de liquidez". "É uma prudência que qualquer gestor tem obrigação de ter em um país de maior volatilidade como o Brasil ou outros América Latina." Além disso, segundo ele, o custo de carregamento de um recurso tomado no exterior via eurobônus e ingressado no Brasil é maior do que o custo desse crédito "stand-by" no momento. Os US$ 250 milhões correspondem a seis meses de compras de carvão, o principal insumo importado pela empresa para a produção de aço. Com folga de caixa - US$ 780 milhões no fim de junho -, a Usiminas não pretende sacar os recursos, pelo menos por enquanto. "Nossa situação é confortável", afirma. A Usiminas espera também que essa linha colabore para a continuidade na melhoria na nota de crédito da empresa junto às agências de classificação de risco. Inicialmente, a empresa lançou uma operação de US$ 200 milhões, que foi ampliada para US$ 250 milhões por causa da boa aceitação dos bancos, conta Gerald Massenet, diretor-executivo do Calyon, banco que liderou a operação. Um total de 20 bancos se interessaram e no fim 13 acabaram participando, informa Massenet. Marco Antonio de Oliveira, diretor-executivo do Calyon, diz que o apetite dos bancos internacionais pelas empresas de primeira linha brasileiras continua forte, principalmente as do setor siderúrgico com baixo nível de endividamento. "Nesse mercado, a crise política não teve qualquer impacto nos prêmios de risco das empresas", comentou Oliveira.