Título: Skaff vai do jeitoque der
Autor: Rothenberg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 08/05/2010, Política, p. 9

Mesmo com pouco tempo de tevê e chances remotas, PSB terá candidato em São Paulo

Denise Rothenberg O PSB decidiu que o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, concorrerá ao governo estadual, ainda que seja para ter apenas dois minutos e 15 segundos na televisão ¿ o tempo que os socialistas calculam que terão durante o horário eleitoral gratuito. O pré-lançamento da candidatura será em 23 de maio. A data foi fechada durante almoço da cúpula do PSB em São Paulo, em que ficou definido ainda que o publicitário da campanha será mesmo Duda Mendonça. Antes que o deputado Ciro Gomes diga que o partido adotou duas medidas ¿ aceitou a candidatura de Skaff mesmo sem alianças e recusou a de Ciro à Presidência da República ¿, o deputado Márcio França avisa: ¿No plano nacional somos governo. Aqui, oposição. Não temos nada a perder com um candidato¿, afirma.

Os socialistas esperam colocar a candidata do PT, Dilma Rousseff, no palanque de Skaff, de forma a fazer do empresário o ¿José Alencar da Dilma¿ e tirar votos do PSDB em São Paulo. A avaliação de Skaff é a de que ele é a única figura nova no álbum de candidatos ao governo estadual, uma vez que tanto o tucano Geraldo Alckmin como o senador Aloizio Mercadante já foram candidatos. O problema será Mercadante aceitar dividir a candidata a presidente de seu partido com outra legenda. Em conversas reservadas, alguns petistas dizem que São Paulo é ponto de honra para o partido e que o PT pedirá exclusividade.

Asfixia O PT passou os últimos dias tentando sufocar a candidatura de Skaff colocando todos os aliados em torno de Mercadante da mesma forma que criou um muro em volta de Ciro para manter a base aliada na órbita de Dilma. Por conta disso, o palanque de Skaff não será robusto. Essa semana, o presidente do PSB, Eduardo Campos, ouviu um ¿sinto muito¿ do presidente do PCdoB, Renato Rabelo. Os comunistas cogitaram aliança com o PSB, mas terminaram conquistando uma vaga ao Senado para o cantor Netinho e não tiveram como dizer não na hora de compor a chapa de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo.

O PR paulista, território do ex-presidente do partido Valdemar Costa Neto, aquele que terminou enroscado no escândalo do mensalão, também planeja ficar com o PT, embora o PSB tenha vagas ao Senado a oferecer, uma vez que Gabriel Chalita (PSB), ex-tucano ligado a

Alckmin, não decidiu ainda se concorrerá a senador ou a deputado federal.

Skaff, no entanto, disse a seus colegas de partido que não teme uma disputa com poucos minutos na TV. No mesmo dia em que bateu o martelo sobre colocar a candidatura para o governo estadual em qualquer circunstância, afirmou confiar no trabalho de Duda Mendonça para tocar a campanha. Os socialistas, no entanto, só querem revelar o valor do contrato de Duda na hora de apresentar a prestação de contas. No mercado, o comentário é de que Duda não sai de casa por menos de R$ 10 milhões.

No plano nacional, somos governo. Aqui em São Paulo, oposição. Não temos nada a perder com um candidato¿

Márcio França, deputado do PSB, justificando o porquê de o partido embarcar numa campanha nanica em São Paulo e negar vaga na corrida presidencial a Ciro Gomes