Título: CMN aprova a liberação de R$ 200 milhões à pecuária
Autor: Mauro Zanatta
Fonte: Valor Econômico, 24/02/2006, Agronegócios, p. B15

Com seus problemas piorados pelo ressurgimento da febre aftosa no país, a pecuária ganhou ontem (dia 23) do governo um novo programa de investimentos de R$ 200 milhões e um estímulo à contratação de crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a criação do Programa de Integração Lavoura-Pecuária (Prolapec) para auxiliar a rotação de culturas, a recuperação de pastagens degradadas e a aquisição de gado e sêmen pelos pecuaristas. A nova linha terá juros de 8,75% ao ano, cinco anos de prazo, com dois de carência, e limite individual de R$ 300 mil por produtor. O Prolapec prevê ainda um "bônus verde" de 15% aos produtores que preservem ou recuperem áreas de reserva legal e permanente. "A idéia é estimular a integração das duas atividades", disse o secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin. O CMN também aprovou um aumento no limite de contratação de crédito da pecuária de leite e de corte para R$ 120 mil com juros de 8,75%. Além disso, os produtores de grãos, agroindústrias e cooperativas ganharam com a elevação de 5% para 7% das exigibilidades bancárias - a parcela de 25% que os bancos são obrigados a aplicar no crédito rural. Com o aumento nos depósitos à vista nos bancos, a medida deve significar um acréscimo de R$ 400 milhões à oferta já existente R$ 1 bilhão. Os juros são de 8,75% anuais. "É mais dinheiro para apoiar a comercialização", disse Wedekin. O CMN também aprovou o acesso dos produtores de culturas irrigadas do Nordeste ao seguro Proagro e ao Proagro Mais. O objetivo foi reduzir as dificuldades desse segmento em obter crédito nos bancos. Mas não serão cobertas as perdas provocadas por insuficiência de irrigação nem as causadas por chuvas previsíveis na colheita. Os produtores do Pronaf ganharam um adicional de R$ 6 mil na linha de apoio à reestruturação de assentamentos.