Título: Ibovespa recua em meio a disputas com opções
Autor: Paula Laier
Fonte: Valor Econômico, 17/03/2006, Finanças, p. C2

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma sessão volátil ontem, ignorou a influência positiva de Wall Street e fechou com o seu principal índice em baixa. Na avaliação de agentes no mercado, a falta de definição do pregão local refletiu as movimentações para o vencimento de opções nos Estados Unidos, hoje, e no Brasil, na segunda-feira. Como as séries mais líquidas de opções envolvem ações listadas no Ibovespa, a disputa entre comprados e vendidos (que apostam na alta ou baixa de um papel, respectivamente) pontuou o rumo dos negócios. Ao término das operações, o Ibovespa recuou 0,22%, aos 38.156 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 2,15 bilhões. As perdas foram principalmente puxadas pelas ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce, tradicionais alvos de embate às vésperas dos exercícios de opções. A preferencial da estatal, que detém a maior participação no Ibovespa, de 9,227%, caiu 0,83%, a R$ 43,70, com o maior giro do dia, de R$ 274,6 milhões. O gerente de renda variável da corretora Concórdia, Romeu Vitali, acrescentou que as ações da Petrobras também foram influenciadas pela suposição de que o governo pode reduzir os preços da gasolina, conforme reportado num jornal do Rio. Em tempos de alta da cotação do petróleo - o contrato do barril tipo WTI subiu US$ 1,41, para US$ 63,58, ontem em Nova York -, o mercado não recebeu com bons olhos tal possibilidade. No caso da Vale, as ações PNA, que respondem por 8,095% do Ibovespa, recuaram 1,18%, a R$ 84,77. O volume financeiro atingiu R$ 131,89 milhões. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) teve um efeito neutro sobre a bolsa paulista. O documento indicou a continuidade no ritmo gradual do corte de juro. Entre as maiores quedas do dia: Light ON caiu 3,88%, para R$ 20,76; Usiminas PNA recuou 2,63%, a R$ 73,51; e Companhia Siderúrgica Nacional cedeu 2,14%, a R$ 64. No outro extremo: TIM Participações ON avançou 4,53, a R$ 8,99; Itaúsa PN subiu 2,65%, a R$ 9,65; e Cemig ON ganhou 2,22%, a R$ 82,70.