Título: Déficit comercial americano tem alta inesperada
Autor: Izzo, Phil; Casselman, Ben
Fonte: Valor Econômico, 12/08/2011, Internacional, p. A9

Agências internacionais

As empresas americanas venderam menos motores industriais, geradores elétricos e produtos agrícolas ao resto do mundo em junho, levando o déficit na balança comercial para o mais alto nível desde outubro de 2008.

O déficit teve um aumento de 4,4% em junho, atingindo US$ 53,1 bilhões, de acordo com relatório divulgado ontem pelo Departamento do Comércio dos EUA. As importações caíram 0,8% (US$ 223,9 bilhões), em grande parte devido à primeira queda do petróleo em nove meses. As exportações recuaram 2,3% (US$ 170,9 bilhões), o maior declínio em mais de dois anos.

A queda nas exportações pelo segundo mês consecutivo alimenta os temores de que uma desaceleração global comprometa a economia americana, que corre o perigo de estagnar.

O déficit anual até junho já está em US$ 576,6 bilhões, 15,3% a mais do que o de 2010. A alta no déficit surpreendeu analistas, que esperavam um resultado melhor em função da queda do petróleo. Um déficit maior na balança é prejudicial para o crescimento da economia dos EUA porque significa que os consumidores estão comprando mais produtos estrangeiros e menos produtos fabricados por trabalhadores americanos.

"A verdadeira deficiência está nas exportações e é consistente com o menor crescimento no resto do mundo", disse Jay Bryson, economista do Wells Fargo. Segundo ele, "a contribuição das exportações [ao crescimento] vai ser um pouco mais instável".