Título: Recursos tucanos para as disputas estaduais
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 08/09/2010, Política, p. 4

Diante da dificuldade na corrida presidencial, partido prioriza os investimentos financeiros nas disputas estaduais em que tem mais chances de sucesso

A desvantagem eleitoral do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, fez com que o partido ampliasse o investimento de recursos financeiros nas candidaturas aos governos estaduais. Os candidatos tucanos ganharam aporte de R$ 47,8 milhões só no segundo mês, de acordo com a prestação parcial de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No primeiro mês de campanha, os tucanos arrecadaram juntos R$ 12,3 milhões. De acordo as declarações de arrecadação entregues ao TSE, os postulantes aos governos dos 26 estados e do Distrito Federal receberam R$ 224 milhões e gastaram R$ 208,7 milhões nas campanhas.

Os candidatos do PT aos Executivos estaduais tiveram aporte de R$ 24,4 milhões no último mês e os do PMDB, de R$ 28,9 milhões. Se as pesquisas eleitorais se confirmarem, PSDB e PMDB seriam hoje as siglas com maior número de governadores eleitos. Cada partido faria cinco chefes do Executivo estadual. O PT viria em terceiro lugar, com quatro, seguido do PSB, com possibilidade de conquistar três estados.

As grandes apostas tucanas estão em Unidades Federativas: Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Pará. O candidato do PSDB ao governo mineiro, Antônio Anastasia, recebeu em agosto mais de R$ 4 milhões do partido. Anastasia é o recordista de arrecadação até agora. Sua campanha recebeu em doações R$ 15,4 milhões, mais da metade dos investimentos destinados à campanha presidencial de Serra, que acumulou R$ 26 milhões.

Equidade A disputa em São Paulo também mereceu atenção especial dos tucanos. Dos R$ 15 milhões arrecadados até agora pelo candidato Geraldo Alckmin, R$ 14 milhões vieram de recursos do partido. Desses, R$ 11 milhões foram investidos na campanha somente em agosto. A preocupação com o governo paulista pode ser traduzida pela equidade nos gastos do candidato a governador e do presidenciável. A campanha de Alckmin ao governo do estado investiu quase o mesmo que Serra em produção de programas de rádio e televisão. O presidenciável gastou R$ 6,2 milhões contra R$ 6 milhões de Alckmin.

O governo de São Paulo se tornou uma questão de honra para os tucanos. Correligionários de Serra consideram a vitória em primeiro turno como estratégica, porque temem que em uma segunda rodada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia entrar com a tropa de choque petista para ajudar o candidato da sigla, Aloizio Mercadante, a virar o jogo para cima de Alckmin.

Jatene Os candidatos com melhor desempenho nas pesquisas eleitorais ganharam fôlego financeiro no segundo mês de campanha. A exemplo do que ocorreu com Anastasia, que ganhou pontos e ameaça seu concorrente Hélio Costa (PMDB), o candidato ao governo do Pará pelo PSDB, Simão Jatene, lidera as pesquisas e tem chances de ganhar o governo da petista Ana Júlia Carepa. O tucano do Pará apresenta dificuldades em arrecadar com o empresariado. Jatene não registrou recurso no primeiro mês de campanha e agora ganhou R$ 500 mil do partido.

No Paraná, à medida que Beto Richa (PSDB) avança nas pesquisas e amplia as possibilidades de levar o governo no primeiro turno, sua receita de arrecadação cresce. No início da campanha, o tucano conseguiu R$ 2 milhões em doações e agora registra R$ 8 milhões. Desse total, R$ 2,7 milhões foram repassados pelo partido.

"Estou muito satisfeito e entusiasmado com o rumo que a campanha está tomando, pois vejo que teremos um segundo turno Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista

"Aqui em Minas, já está virando a eleição. Todas as pesquisas de opinião mais recentes indicam quem estamos subindo e chegando perto da liderança Antonio Anastasia, candidato do PSDB ao governo mineiro

Os dez mais

Campeões de arrecadação na corrida pelos governos estaduais

Antônio Anastasia (PSDB-MG) - R$ 15,4 milhões

Geraldo Alckmin (PSDB-SP) - R$ 15 milhões

Osmar Dias (PDT-PR) - R$ 13,2 milhões

Sérgio Cabral (PMDB-RJ) - R$ 10,4 milhões

Paulo Skaf (PSB-SP) - R$ 10 milhões

Jaques Wagner (PT-BA) - R$ 9,6 milhões

Aloizio Mercadante (PT-SP) - R$ 9 milhões

André Puccinelli (PMDB-MS) - R$ 8,2 milhões

Beto Richa (PSDB-PR) - R$ 8,1 milhões

Hélio Costa (PMDB-MG) - R$ 8 milhões